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Três Lagoas

Qualidade de transporte público é colocada em xeque

População reclama da superlotação e da pouca opção de horários aos finais de semana e feriado

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Muitos usuários do transporte estão insatisfeitos com a qualidade do serviço oferecido em Três Lagoas. Parte das pessoas ouvidas pelo Jornal do Povo classificou como “péssimo” o serviço do transporte coletivo de Três Lagoas. Os usuários reclamam da superlotação dos ônibus em alguns horários, principalmente nos que os estudantes frequentam, assim como no começo do mês, período de pagamento, além da falta de ônibus aos finais de semana e feriados.

Moradora há 15 anos na Vila Piloto, Helena Faustino, classificou como péssimo o serviço do transporte coletivo em Três Lagoas. “É péssimo, deveria ter ônibus disponível mais vezes ao dia e não, apenas a cada hora. Nos sábados diminui e no domingo e feriado não tem. Sem contar que o valor da passagem, R$ 2.40 é caro, já que em 15 minutos o ônibus sai da Vila Piloto e chega aqui no centro. Outra coisa que precisa melhorar é a questão da superlotação”, reclamou à moradora.
A insatisfação é dividida pela agente de limpeza, Sônia Maria Machado, de 53 anos, moradora da Vila Piloto. “Os horários que estão nas tabelas não são respeitados. Uma hora o ônibus passa antes, outras vezes depois do horário que está definido. Tem que cumprir o horário certo. Aos feriados não tem ônibus, às vezes, a gente quer vir na cidade e não tem como. No domingo, só tem um”, comentou.


Sônia reclamou também da superlotação dos veículos. Segundo ela, em dias de pagamento os usuários têm que vir da Vila Piloto até o centro em pé. “[A empresa] Deveria colocar mais ônibus nos dias de pagamento e no horário que as pessoas vêm receber. Na minha opinião, deveria colocar ainda um ônibus específico para os estudantes, porque eles vêm fazendo bagunça. Quanto ao valor também acho muito caro, já que daqui a Andradina é R$ 2.80, e aqui em Três Lagoas é R$ 2.40”, acrescentou.


Moradora no bairro Paranapungá, Clarinda Pereira de Souza, de 53 anos, auxiliar de serviços gerais, disse que as condições dos ônibus são ótimas, entretanto, também reclama do valor da passagem, assim como da superlotação. “Da Rodoviária até ao centro, por exemplo, é R$ 2.40, o mesmo valor que paga quem vem da Vila Piloto até ao centro. Deveria ser R$ 2. Outra reclamação é que os ônibus estão sempre lotados. Eu tenho problema de osteoporose, não posso andar de bicicleta e nem de moto, então utilizo o transporte coletivo, mas tenho que vir sempre em pé, porque está sempre lotado”, salientou.


A cuidadora de idosos, Alice Vilalba Dias, de 65 anos, moradora da Vila Nova, foi outra usuária que fez duras críticas ao serviço do transporte coletivo em Três Lagoas. “É péssimo. São poucos horários que tem ônibus para a Vila Nova, por exemplo, de manhã, tem um ônibus que sai da praça às 7h30, depois só às 11h. A gente tem que esperar esse tempo todo. Outro exemplo, às 12h40 tem um ônibus que sai daqui da praça para a Vila Nova, depois vai ter somente às 16h40. À noite não tem nenhum um horário de ônibus para lá”, reclamou.
O pedreiro José Alves, de 60 anos, morador da Vila Piloto, também reprovou esse serviço. “Os ônibus passam com atraso, não cumprem o horário que está na tabela, sem contar que aos finais de semana e feriado não tem ônibus. Dia de domingo, por exemplo, tem várias pessoas que querem ir para outros bairros visitar seus familiares, mas ficam impedidos porque não tem ônibus. Outra reclamação é que os ônibus estão superlotados”, reclamou.


Moradora da Vila Verde, Josefa Porto, de 58 anos, também reclamou da superlotação dos veículos em período de aula. “Eu já fui várias vezes em pé no ônibus porque os estudantes não dão lugar”, disse.


O Jornal do Povo tentou falar com o representante da Viação Três Lagoas, responsável por esse serviço no município, mas não localizou na garagem da empresa.