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Preconceito

Quatro casos de racismo são registrados no Conselho dos Direitos dos Negros

Conselho Municipal foi criado há seis em Três Lagoas para elaborar políticas públicas voltadas ao direito dos negros

Presidente do Conselho dos Negros, Luzia Nunes Mariano, foi entrevistada no Bom Dia Três Lagoas - Viviane Pinheiro/TVC
Presidente do Conselho dos Negros, Luzia Nunes Mariano, foi entrevistada no Bom Dia Três Lagoas - Viviane Pinheiro/TVC

O Conselho Municipal dos Direitos do Negro de Três Lagoas completa foi criado há seis meses e acompanha quatro casos de driscriminação racial registrados na cidade, no ano passado. De acordo com a presidente da instituição, Luzia Nunes Mariano, muitas pessoas ainda desconhecem os direitos e não sabem como buscar auxílio quando são vítimas de algum tipo de preconceito.

“Estamos em uma cidade completamente preconceituosa. O número de registros de crime racial, por exemplo, só não é maior porque as pessoas ainda não sabem como recorrer ou que fazer quando sofrem alguma discriminação. E o Conselho serve para orientar e acompanhar essas questões”, frisa Luzia ao ser entrevistada no programa Bom Dia Três Lagoas, da TVC-Canal13, nesta terça-feira, 22.

Ela ressalta que o Conselho Municipal foi criado em setembro de 2015, com o objetivo de desenvolver políticas públicas contra o preconceito racial. Atualmente, segundo a presidente, 22 pessoas integram a instituição e são responsáveis por orientar, desenvolver ações e acompanhar os casos que chegam até o Conselho.

São cinco membros titulares e suplentes do poder público (assistência social, educação, saúde, esporte e cultura) e seis da sociedade civil, sendo que estes foram escolhidos nas em reuniões promovidas pelo próprio movimento negro.

Em 2015, um dos fatos que chamou a atenção, como aponta Luzia, foi com duas funcionárias de um supermercado discriminadas por um cliente. “No momento em que era atendido por elas, o cliente declarou que negras só deveriam trabalhar com berimbau nas mãos”, relatou.

O caso de um haitiano, de 36 anos, que foi espancado por um grupo de jovens em frente a uma pizzaria de Três Lagoas também gerou repercussão. A vítima foi socorrida por pessoas que passavam pelo local no momento em que ela era agredida. Em dezembro, um jovem negro foi até a rodoviária para tentar trocar uma passagem de ônibus e o funcionário do guichê o chamou de “macaco”.

“São casos que geraram boletim de ocorrência na delegacia e que, de alguma forma, tentamos acompanhar  as vítimas monitorando os desdobramentos e até para auxiliá-las até nas questões jurídicas”, concluiu.