Aletra do conjunto musical Legião Urbana, que nasceu em Brasília – sede central da nacionalidade, e que teve como o seu mais destacado integrante, o saudoso Renato Russo, autor de célebres letras musicais, inclusive, essa “Que país é esse”? quando retrata, senão, inconformismo, pelo menos um grito que ecoa até hoje de Norte a Sul do Brasil diante dos desmandos, atos e fatos que continuam a macular a vida nacional e a administração pública. Não cabe diante do enfoque que se dará, novamente, sobre a UFN-3, discorrer sobre esses desmandos que diariamente são denunciados pela imprensa nacional, sadia e vigilante.
E, também, guardiã das liberdades públicas e da democracia. Aqui neste espaço de jornal que luta e defende os interesses da coletividade não será diferente, diante de um fato novo que foi apresentado na tribuna do Senado pela senadora Simone Tebet no exercício pleno do seu mandato, já que sua obrigação se redobra por ter participado ativamente na doação de área para a construção da fábrica de fertilizantes pela Petrobras.
A paralização da construção dessa fábrica que se arrasta por quase oito anos, além de evidenciar a má aplicação do dinheiro de uma estatal – a Petrobras, que tem majoritariamente o governo federal como seu maior acionista, ao mesmo tempo mostra que lhe falta neste projeto objetivos claros visando a fabricação de fertilizantes para a agricultura nacional, que depende em 83% da vinda desse produto de fornecedores de fora do país.
Diante da estupidez da agressão da Rússia contra a Ucrânia, e da desvalorização do Real e consequente alta do dólar (embora, hoje em baixa), que elevou o custo da tonelada de fertilizantes para 5 mil reais, publicou-se um plano nacional para identificar jazidas de minérios à serem aplicados no agro negócio.
O Brasil, embora tenha mapeado suas jazidas, recentemente o governo federal anunciou priorizar a exploração de potássio nas terras indígenas. Mas, a associação nacional de fabricantes de fertilizantes no país, além de reagir contra a exploração de jazidas de potássio nestas reservas, disse que o que falta é política de incentivo que torne a produção interna mais competitiva diante da comodidade de se importar fertilizantes a preços mais baratos por conta dos elevados custos de produção no Brasil. É indiscutível que a fábrica de fertilizantes de Três Lagoas precisa ser concluída.
Mas, a denuncia da senadora sul mato-grossense na tribuna do Senado, destaca que o contrato de venda não estabelece prazo para a conclusão da fábrica e muito menos, entrada em operação para produzir fertilizante. O fato é que a Petrobras pouco se importa com as finalidades dessa indústria e até mesmo com o seu patrimônio que, aliás, não é só seu, mas de milhares de acionistas. Quer se livrar dessa monumental obra paralisada como quem quer se ver livre de uma batata quente nas mãos.
Descaradamente, negocia a preço de banana a venda da fábrica, segundo a senadora Simone Tebet. E o pior, com uma empresa russa que não se compromete em produzir fertilizantes, mas trazer do seu país matéria prima e se tornar uma mega misturadora para dominar o mercado e garantir para si com essa aquisição a dependência externa do país, que pode se ver livre e autossuficiente em 70% da demanda nacional.
Portanto, o município de Três Lagoas, principalmente, o seus vereadores, não devem aprovar diante do desvio de finalidade da doação da área a prorrogação de um novo período para conclusão dessa obra para qualquer comprador, se não constar expressamente em contrato e na lei, que a UFN -3 irá produzir concluída a construção de sua fábrica e entrada em operação, fertilizantes para a agricultura nacional. Bem cabe a indagação do poeta cantor Renato Russo: Será que vamos encobrir sujeira pra todo lado. Ninguém respeita a Constituição, mas todos acre