O último feriado de 7 de Setembro foi um dia marcado para entrar na história do Brasil. Esse ano comemorou-se os 200 anos da Independência do Brasil e os 100 anos do aniversário do rádio no país.
Apesar de ter muitas controvérsias, entre os historiadores sobre a idade do veículo de comunicação, a data foi escolhida devido a primeira grande transmissão radiofônica no Brasil, que aconteceu durante a Exposição Internacional do Rio de Janeiro, que comemorava os 100 anos da emancipação do país e contou com discurso do então presidente Epitácio Pessoa.
De lá para cá a coisa mudou. De acordo com o diretor artístico do Grupo RCN de Comunicação, Fernando Moraes, apesar de muitos acharem que o rádio seria extinto, por diversas vezes, ele é versátil e consegue se refazer diante das mudanças tecnológicas.
“Quando surgiu a televisão, ousaram dizer que o rádio acabaria. Quando surgiu a internet também. Porém, o pai dela, Bill Gates, ao ser questionado a opinião se ele acreditava que o rádio acabaria, ele afirmou: ‘Quando a internet acabar, o rádio dará a notícia’. Então, essa frase só corrobora o que penso. O veículo continuou forte e querido pelos brasileiros, devido a abrangência. Ele consegue chegar em regiões que a internet, por exemplo, não chega. Um aparelho simples e uma pilha, o ouvinte consegue sintonizar em alguma estação de rádio e se informar, ou apenas se entreter com música e, esse fato, é mágico”, explicou.
Moraes tem razão em sua análise, pois ao contrário do que muitos imaginam, o consumo de conteúdo via rádio aumentou no último ano, mesmo com tantas opções. É o que aponta o estudo Inside Radio 2021, da Kantar IBOPE Media, realizado em treze regiões metropolitanas do Brasil.
O levantamento mostra que 80% da população dessas regiões ouvem rádio. E que, mesmo aumentando a audiência das rádios pelo celular, as pessoas preferem escutar no aparelho de rádio tradicional. Além disso, os dados revelam ainda que 71% escutam em casa.
O diretor geral do Grupo RCN, Rosário Congro Neto, destacou que o rádio marcou a sua infância e, como empresário do setor de comunicação, não poderia deixar de investir nele. Rosário Congro ainda explica o porque o rádio é um dos “queridinhos” da população brasileira. “Nós hoje temos duas rádios em Três Lagoas, uma em Paranaíba, outra em Aparecida do Taboado, a CBN – Campo Grande e, futuramente a CBN – Dourados. Portanto, acreditamos no veículo, pois ele é um companheiro nas horas felizes, ou tristes, dos brasileiros”, disse.