O registro de armas de fogo para defesa pessoal de cidadãos residentes em Três Lagoas caiu em 2023. A redução foi de 34% em comparação ao ano anterior. Segundo dados da Diretoria de Polícia Administrativa da Polícia Federal (PF), por meio da Divisão Nacional de Controle de Armas, no ano passado foram cadastradas 25 armas de fogo para defesa pessoal, número bem inferior as 110 armas que foram contabilizadas em 2022.
As pistolas lideram a lista de armas registradas por civis na Polícia Federal, com 19 cadastros feitos em 2023. Em seguida aparece o revólver com três registros, carabina com um, espingarda com um e rifle com um. A idade das pessoas que registraram armas de fogo varia entre de 28 a 70 anos. A identificação por sexo mostra que 92% é masculino e 8% feminino.
Em comparação ao ano de 2022, as pistolas também lideram o número de armamentos registrados por civis na Polícia Federal, sendo um total de 83 cadastros feitos. Seguido de 18 revólveres, seis rifles, duas carabinas e uma espingarda. O levantamento aponta que 90% dos registros de armas de fogo são registrados pelo público masculino e 10% pelo feminino.
Segundo dados do Sistema Nacional de Armas (Sinarm), no Brasil, o registro de armas de fogo em 2023 caiu 82% em relação ano anterior. Em 2023, foram cadastradas 20.822 novas armas para defesa pessoal, número bem inferior às 111.044 armas que foram contabilizadas em 2022, no país. O total de armas registradas ano passado foi o menor número desde 2004.
Em entrevista ao Jornal do Povo, o Promotor de Justiça de Três Lagoas, Luciano Lara, comentou sobre essa queda nos registros de armas de fogo por civis e, também, sobre a diminuição do número de crimes violentos e letais por uso de armas registradas, no munícipio e no Brasil. Para ele, essa diminuição se deu, primeiramente, pelo decreto nº 11.615, que suspendeu as atividades de registro.
“Discutir a nova regulamentação da lei de armas já era uma promessa de campanha. Essa questão pessoalizou-se e politizou-se, tanto que, entre os primeiros atos do novo governo foi revogado parte de decretos anteriores, o que levou a diminuição, no primeiro semestre, no Brasil, de grande parte das atividades de comércio de armas de fogo e munições, assim como de acessórios, insumos e equipamentos, além da venda de armas de uso restritivo." Em 2022, também houve restrições devido as eleições.
Ainda de acordo com o promotor, a ampliação a acesso de armas registradas diminuiu o número de crimes violentos. “Entre 2019 e 2022, a legislação de armas foi alterada permitindo mais acesso da população a equipamentos, acompanhando com uma redução drástica no número de crimes violentos que estavam sendo praticados. Isso mostra que armas na mão da população representa uma redução de crimes. Pesquisas apontam que a maioria dos crimes não são realizados com uso de armas registradas”, ressaltou.