O número de animais silvestres regatados em Três Lagoas quase dobrou este ano em comparação ao primeiro semestre de 2015. Foram resgatados pela Polícia Militar Ambiental (PMA) 65 animais, entre aves, macacos serpentes e felinos. No mesmo período do ano passado foram resgatados 42.
Depois de resgatados, os bichos são levados primeiro para a sede do batalhão, mas e, depois, ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), em Campo Grande. Lá recebem tratamento e muitos são devolvidos à natureza.
Os bichos são recolhidos pelos policiais após atropelamentos, maus-tratos, abandono e ao serem flagrados em cativeiros. O comandante da PMA, tenente Yuri Fernandes, ressalta que algumas pessoas procuram a polícia para entregar os animais e também avisam a equipe para buscar bichos.
Um fato que chamou a atenção nesta semana, por exemplo, foi o de um filhote de gavião que entrou pela janela de um escritório de advocacia, localizado no centro da cidade. Os funcionários da empresa avisaram os policiais para o resgate. Depois, foi a vez de uma arara-canindé, típica da região, encontrada machucada na rodovia BR-262. Outro caso registrado também foi o resgate de duas antas, que apareceram em uma fábrica de celulose.
“Percebemos que a população está mais atenta aos procedimentos corretos a serem adotados quando se encontrar um animal silvestre. Por isso, o número de resgates aumentou”, explica o comandante.
O recolhimento é feito no perímetro urbano e nas rodovias que cortam a cidade. Ele frisa que vários tipos de aves e cobras são resgatados nos bairros. Já nas rodovias, normalmente são recolhidos animais que sofreram atropelamentos, como tamanduá, capivaras, antas e emas. A BR-158, que liga Três Lagoas ao município de Selvíria, Brasilândia e a outras cidades da Costa da Leste, é a que mais registra casos de atropelamentos de animais silvestres, conforme levantamento da PMA.
O tamanduá é o animal mais atingido por motoristas nas rodovias. De acordo com a legislação, manter animais silvestres em casa sem autorização é ilegal e pode render detenção, de seis meses a um ano, e multa. “Nós vamos até o local para constatar o fato e tomamos a medida necessária, que é multa para quem estiver criando o animal, e até uma detenção dependendo da gravidade da situação”, concluiu.