A audiência pública realizada na Câmara Municipal promovida pelo vereador Issan Fares Jr., reuniu lideranças políticas da cidade, região e organismos da administração pública estadual e federal para debater o intenso e caótico tráfego na BR 262 e a alta incidência de acidentes que envolve veículos automotores, notadamente, carretas de transporte de eucalipto.
É assustadora a informação da Polícia Rodoviária Federal, que registra no primeiro semestre deste ano de 2023, oitenta e um (81) acidentes com noventa e sete (97) pessoas feridas e onze (11) mortes. Esse quadro trágico tem exigido das lideranças do eixo Três Lagoas – Ribas do Rio Pardo permanente mobilização, reivindicando a duplicação da BR 262, assim como a busca por alternativas imediatas visando a redução de acidentes e consequente preservação de vidas.
O transporte de eucalipto para as fábricas de celulose e a construção de outra fábrica em Ribas do Rio Pardo indiscutivelmente aumentou o tráfego de veículos nesta rodovia, que passou a ser conhecida como rodovia da morte, por conta grande incidência de acidentes, além do temor que causa aos motoristas que nela são obrigados a trafegar por conta de seus deslocamentos para Campo Grande e demais cidades da região que abrange mais pouco mais de 13 municípios.
O fato é que essa situação vem se arrastando há mais de cinco anos, quando a luz vermelha começou a acender dando sinais dos perigos que todos correm quando trafegam por esta rodovia. As autoridades federais só se manifestam dizendo que não há recursos suficientes para intervenções que possibilitam sua melhoria. Mas, o que se percebe é que falta vontade política para enfrentar e resolver esse grave problema que continua ceifando vidas, porque quando as autoridades públicas querem, essas fazem acontecer.
Vale lembrar que quando a BR 262 começou para ser pavimentada em 1984, o governo estadual obteve a transferência da administração da BR 262. Houve vontade política por parte tanto do Estado como da União. Na época o governo estadual buscou na Inglaterra linha de financiamento e executou a obra. O dinheiro acabou, mas a Camargo Corrêa que era a construtora encarregada da sua pavimentação concluiu o seu contrato. E depois de mais de quinze anos conseguiu receber o seu crédito através de precatório devido pelo governo estadual.
Foi uma epopeia a história da pavimentação dessa rodovia, pois todos de Três Lagoas – Água Clara e Ribas do Rio Pardo acalentavam juntamente com as cidades do Bolsão sul mato-grossense, hoje denominada Costa Leste chegar a Campo Grande através de rodovia pavimentada. Agora, todos querem chegar sem riscos e em segurança. Manifestações da sociedade civil não param de ecoar, mas pelo tempo que se arrasta a decisão de duplicá-la ou introduzir melhorias que determinem a redução de acidentes, muitas desculpas são apresentadas para retardar essas providências. Enquanto nada acontece, muitos fazem ouvidos moucos. É natural que resistamos contra a morte. É inato ao ser humano a perpetuação da vida. É preciso resistir contra a morte, mas os governantes no caso dessa rodovia precisam agir com urgência para que mais vidas não sucumbam nesse vai e vem …