Na última semana da campanha eleitoral, o Grupo RCN e o Correio do Estado, em uma parceria inédita, promoveram a sabatina com os candidatos a vice-governador de Mato Grosso do Sul, Barbosinha (PP) e Beto Figueiró (PRTB) além do debate previsto com os candidatos a governador Capitão Contar (PRTB) e Eduardo Riedel (PSDB). O espaço aberto nos diferentes veículos de comunicação, rádio, TV, impresso, on line e redes sociais, foi assegurado para proporcionar ao eleitor uma oportunidade para avaliar as ideias e propostas de quem pretende governar o Estado pelos próximos quatro anos.
Mas a ausência do candidato Capitão Contar para o confronto das propostas previstas no Plano de Governo apresentado à justiça eleitoral foi criticada pelos diversos representantes da sociedade civil organizada convidados para participar do debate com perguntas aos postulantes do cargo máximo da gestão estadual.
O médico infectologista e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Júlio Croda, que esteve à frente dos trabalhos da Fiocruz no desenvolvimento de vacina para o combate à pandemia da Covid-19, disse que aceitou o convite pois gostaria de ouvir a opinião dos dois candidatos na questão saúde pública, o que não foi possível devido à desistência de Contar. “É uma pena que a gente tenha um debate onde só comparece um candidato. Era importante também que o candidato que não veio se posicionasse sobre esse tema que é muito importante”, disse Croda.
O candidato Riedel abriu as discussões lamentando a ausência do adversário. “É o terceiro debate que ele deixa de estar presente. Ele deixa de debater o futuro de Mato Grosso do Sul”, reclamou o candidato tucano. Com a desistência do candidato do PRTB ao governo do Estado, a dinâmica do debate foi adaptada, mas mantendo os três blocos previstos anteriormente e com participação ao vivo de representantes de entidades de classe e jornalistas.
Mesmo sem a presença de Capitão Contar, o formato organizado pelo jornalismo do Grupo RCN e Correio do Estado conseguiu promover o aprofundamento de temas só com o candidato Eduardo Riedel. No primeiro bloco, o formato ficou estilo sabatina onde foram sorteados quatro temas para serem respondidos pelo candidato. Os temas foram: qualificação da mão de obra; incentivo fiscal, infraestrutura e política.
No segundo bloco, houve de fato um debate, pois, como previam as regras, participaram quatro representantes de classe os quais fizeram questionamentos sobre diversos temas ao candidato. Na área fiscal, a pergunta foi feita pelo diretor de assuntos jurídicos do Sindicato dos Fiscais Tributários do Estado de Mato Grosso do Sul (Sindifiscal), Rodrigo Falco, sobre tributação, superávit e geração de emprego e renda. O médico Júlio Croda quis saber como o candidato, se eleito, resolveria o problema da baixa cobertura vacina da população. Na área do Direito, a pergunta foi feita pelo presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB-MS, Márcio Ávila, sobre as propostas para fomentar as prerrogativas da advocacia e novos mercados de trabalho para o operador do Direito e o pagamento dos precatórios do Estado. Para finalizar o bloco, Riedel foi questionado pelo presidente da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande, Renato Paniago, sobre o que vai fazer para desburocratizar a coisa pública.
No terceiro bloco, também em estilo debate, houve a participação de jornalistas dos Grupos RCN e Correio do Estado. Por ordem de sorteio, o primeiro a fazer a pergunta foi o jornalista e colunista de política da CBN Campo Grande, Adilson Trindade, quis saber sobre a estratégia de governabilidade buscando apoio do legislativo inclusive dos adversários. Já o economista do Jornal Correio do Estado, Michel Constantino, questionou sobre as propostas de melhoria para o ambiente de negócios no Estado. A terceira pergunta foi feita pelo editor-chefe do Correio do Estado, Eduardo Miranda, sobre combate à corrupção e implantação de compliance na gestão do Estado. O jornalista e colunista de agronegócio da CBN Campo Grande, Eder Campos, perguntou sobre as oportunidades e dificuldades para o crescimento do setor.
Todas as perguntas giraram em temas livres e o candidato tucano não se esquivou de nenhuma pergunta, sempre apresentando de forma embasada em dados as ações que serão implantadas, caso eleito. Respostas que convenceram os debatedores, conforme avaliaram ao final da participação.
Ao final, Riedel avaliou como positivo o debate e afirmou que esse é uma oportunidade que o candidato tem de mostrar o seu plano de governo, suas ideias para a população. “Parabenizo a CBN e o Correio do Estado pelo debate múltiplo com jornalistas e representantes de classe. O tempo limita muito e você tem que ter um poder de síntese. É um debate complexo que elucida muito o eleitor. Ao ter um candidato que não participa realmente tira a capacidade do eleitor comparar, mas a não vinda dele diz muito. Já é uma grande comparação. Ele {Contar} não teria nada para dizer sobre os temas e perguntas colocadas. Ele só tem respostas genéricas e vazias”, alfinetou.
O diretor-geral do grupo RCN, Estêvão Congro, e o diretor de conteúdo do Correio do Estado, Marcos Fernando Rodrigues, avaliaram como uma parceria de excelência com o intuído de informar com credibilidade a população sul-mato-grossense.