A vacina oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) contra a gripe, indicada a partir dos seis meses de idade, é trivalente e protege contra duas cepas do vírus Influenza A e uma cepa do Influenza B. Já a vacina quadrivalente protege contra duas cepas de vírus A e duas cepas de vírus B e só é encontrada em clínicas particulares.
As duas vacinas foram desenvolvidas a partir do vírus Influenza inativado, por isso não tem como causar a doença em quem recebe a dose e a formulação contém proteínas de diferentes cepas, definidas ano a ano, conforme orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Importante destacar que as cepas vacinais são cultivadas em ovos embrionados de galinha e, por isso, as vacinas contêm traços de proteínas do ovo e não podem ser aplicadas em pessoas alérgicas a esses componentes.
Neste ano de 2023, a novidade é a liberação no Brasil para o uso da vacina francesa, que tem quatro vezes mais antígenos (60 microgramas para cada cepa). É uma vacina específica para ser aplicada em pessoas acima dos 60 anos e proporciona uma eficácia relativa de 24,2% a mais na proteção da população idosa, se comparada ao imunizante de dose padrão (15 microgramas para cada cepa).
Segundo nota técnica da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), a maior concentração de antígenos permitiu aumentar a resposta do sistema imunológico dos idosos à vacina, em especial contra o Influenza A (H3N2), mais comum e grave nesta parcela da população.
Conhecida comercialmente por Efluelda, a vacina chegou ao Brasil somente no mês passado apesar de ser aplicada na população idosa de outros países há pelo menos uma década. O preço de comercialização é estabelecido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED para o mercado privado.
Mas, seja vacina da rede pública ou das clínicas particulares, o importante é não deixar a prevenção de lado. "Vacina boa é vacina no braço", dizem os médicos. E, quanto antes receber a dose, melhor a reposta do organismo para enfrentar as infecções respiratórias comuns nesta época do ano.
De acordo com a SBIm, a vacina do SUS, a trivalente, foi usada durante muitos anos, antes de ter a quadrivalente, comprovando o quanto ela reduz, em termos de população, o número de hospitalizações, idas ao pronto-socorro e de mortes por gripe. Isso significa que, quando a população está vacinada, os sintomas das doenças são mais leves, com menos complicações e internações.
Assista abaixo a entrevista realizada nesta quinta-feira (4) com a profissional de saúde e empresária do setor, Samanta Schmidt, durante o Jornal CBN Campo Grande:
GRIPE
A gripe é uma infecção aguda do sistema respiratório, provocado pelo vírus Influenza, com grande potencial de transmissão.
Existem quatro tipos de vírus influenza: A, B, C e D. Os tipos A e B são responsáveis pelas epidemias sazonais. O vírus influenza C não causa doença de importância epidemiológica e o vírus influenza D foi recentemente identificado em bovinos.
O período de incubação dos vírus influenza é geralmente de dois dias, variando entre um e quatro dias. Os sinais e os sintomas da doença são muito variáveis, podendo ocorrer desde a infecção assintomática até formas graves.
As complicações da gripe podem ocorrer principalmente em idosos, doentes crônicos e menores de 2 anos. A pior delas é a pneumonia e pode levar à morte.
A transmissão ocorre principalmente de pessoa para pessoa, por meio de gotículas respiratórias produzidas por tosse, espirros ou fala da pessoa infectada para uma pessoa suscetível.
A Síndrome Gripal (SG) se caracteriza pelo aparecimento súbito de febre, cefaleia, dores musculares (mialgia), tosse, dor de garganta e fadiga. A febre é o sintoma mais importante e dura em torno de três dias.
Os sintomas respiratórios como a tosse e outros tornam-se mais evidentes com a progressão da doença e mantêm-se em geral de três por cinco dias após o desaparecimento da febre. Nos casos mais graves, geralmente, existe dificuldade respiratória e há necessidade de hospitalização.
*Com informações do Ministério da Saúde