O presidente da Santa Casa de Campo Grande, Heitor Rodrigues Freire, conversou com a rádio CBN Campo Grande na manhã desta sexta-feira (29), após o maior hospital do estado emitir uma nota oficial, afirmando desabastecimento gerado pelo desequilíbrio econômico-financeiro mensal do contrato com a Secretaria Municipal da Saúde. De acordo com o presidente, desde 2019 o documento não teve a devida adequação entre a receita e os custos.
No comunicado, o hospital afirma que a situação impede a assistência adequada e segura aos pacientes. “Nosso estoque de medicamentos está praticamente vazio. Um paciente pode estar precisando de um devido medicamente e a gente não ter. Essa situação é caótica, pois o hospital nunca deixa de atender o paciente”, afirma.
O presidente falou o custo mensal do hospital. “Dentro do contrato que temos com a prefeitura, recebemos em torno de R$ 23 milhões mensal. O que tornamos público ontem é sobre um contrato de prestação de serviço. Esse contrato tem um documento onde estão descritos todos os serviços que vamos prestar. Recebemos muito menos do que o nosso custo. São quatro anos sem reajuste que gera uma defasagem de R$ 12,9 milhões por mês e não temos de onde mais tirar esse valor”, explica.
De acordo com o presidente, se a situação não se resolver até segunda-feira, a população que depende de atendimento pelo SUS no hospital será prejudicada. “Estamos com um plano de contingência e vamos atender somente urgência e emergência que é realmente necessário. Aquilo que não for, nós iremos dispensar”.
Heitor Freire finaliza afirmando que o hospital só irá assinar novamente o contrato com Sesau se for no valor de R$ 35 milhões. “É o mínimo que precisamos para manter nossos serviços. Menos que isso, nós não vamos assinar. E essa assinatura precisa ser hoje, pois na segunda já não temos mais dinheiro e aí entramos em uma situação crítica”, finaliza.
Confira a entrevista completa: