A Prefeitura de Três Lagoas, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, através do setor de Combate às Endemias, possui parceria junto às imobiliárias e Ministério Público para melhorias quanto ao trabalho de enfrentamento à Dengue, intensificando as ações de fiscalização das residências desabitadas, em processo de locação e/ou venda, a fim de evitar criadouros do mosquito da Dengue e outras doenças.
Segundo o coordenador do setor de Combate às Endemias, Benício Donizete da Silva, no ano de 2010, houve iniciativa da Administração junto à Promotora de Justiça, Ana Cristina Carneiro Dias, para elaboração de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que prevê as responsabilidades das imobiliárias em colaborar com o trabalho dos Agentes de Saúde para manter as casas vazias sem risco de proliferação do mosquito Aedes Aegipty.
“Nós tínhamos muita dificuldade de negociação e acesso a estas residências desabitadas. Desde que elaborado este TAC, o trabalho melhorou muito e atualmente já não encontramos tantos problemas nem mesmo uma grande incidência de focos do mosquito nestas residências em aluguel, como era anteriormente”, explicou Donizete da Silva.
Colaboradores das imobiliárias e corretores de imóveis foram devidamente orientados e receberam capacitação para o correto desempenho do trabalho. Algumas designaram um corretor específico para ser responsável direto por esta vistoria, ou seja, manter os ralos de banheiros e quintais devidamente vedados com plásticos, tampa de sanitários fechada, vasos de flores, garrafas pets e sacolas que possam acumular água parada além de outros cuidados, ou seja, manter o local limpo e sem risco.
AGENTES
“Além do trabalho do corretor imobiliário, os agentes municipais de saúde vistoriam estas residências, e a imobiliária é notificada caso seja encontrado algum risco ou irregularidade, podendo responder criminalmente por isso”, explica Donizete.
Algumas destas empresas preferem que o corretor acompanhe o agente de saúde, porém outros, automaticamente liberam as chaves das residências vazias para que o agente de saúde possa fiscalizá-las.
O trabalho é feito em conjunto da Assessoria Jurídica do Município, “ou seja, todo boletim ou notificação que enviamos à Promotoria, a assessoria do Município Jurídica Municipal tem conhecimento, isto nos casos em que encontramos resistência e não cumprimento das ações estabelecidas no TAC”, informou.
A responsabilidade não é somente das imobiliárias, mas também de locatários autônomos. As novas empresas que surgem no ramo também são orientadas pelos Agentes de Saúde do Município e o trabalho tem sido intensificado por meio de reuniões deliberativas a respeito do assunto, junto ao Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de Mato Grosso do Sul e Associação das Imobiliárias e Corretores de Imóveis de Três Lagoas.
RESULTADOS
“É uma iniciativa que deu muito certo e que começamos a ver o reflexo positivo e considerável disso a partir de 2013. O apoio da prefeita Marcia Moura quanto a isso e o respaldo que a promotora Ana Cristina tem fornecido é muito importante para que nosso trabalho tenha efeito positivo no objetivo de conter o aumento dos casos de Dengue em Três Lagoas”, ressaltou o supervisor do setor de Combate às Endemias, Valdecir Maragon.
Atualmente, 43 empresas imobiliárias estão ativas no Município, entre elas, empresários autônomos do ramo.
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO
Segundo dados do Boletim Epidemiológico, na 4ª semana de 2015 foram notificados 191 casos de Dengue em Três Lagoas e 49 constatados positivos. Apenas cinco foram descartados.
O coordenador de Educação em Saúde, Fernando Garcia Brito reforça sobre a importância da pessoa com suspeita de Dengue procurar uma unidade de Saúde. “Nós intensificamos o trabalho nos locais onde existem mais notificações e incidência do foco, porém quando há suspeita e não há registro ou mesmo a confirmação, isto dificulta o trabalho no sentido de dar uma atenção especial ao Bairro que, de repente está com vários casos ou propenso a ter”, explicou Fernando Garcia.
Ao falar de Dengue é importante lembrar sobre a Chicungunya que surge através do mesmo mosquito, porém pode debilitar a pessoa por vários meses ou até mesmo um ano.
Até o momento, 17 casos de Chicungunya foram registrados no estado de Mato Grosso do Sul, porém nenhum registro da doença foi registrado em Três Lagoas.