Na manhã desta segunda-feira (5), o jornal da CBN Campo Grande noticiou que o impasse entre a prefeitura e a Santa Casa voltou à tona e foi publicado nas redes sociais do hospital no último fim de semana. De acordo com a instituição, o custeio dos leitos de psiquiatria, da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, da UTI e enfermaria de Covid não foram pagos até o momento, o que pode ocasionar em uma nova paralisação dos serviços.
A redação da CBN Campo Grande procurou a prefeitura da capital que nos respondeu que o não pagamento é decorrente da “morosidade do próprio hospital em fazer o encaminhamento da documentação e assinar o termo em tempo oportuno, o que ocorreu somente na última semana” e completou “desta forma, o repasse não pode ser antecipado considerando a necessidade da realização de todos os trâmites de análise e processamento do documento antes de efetuar o pagamento”, afirmou via nota oficial.
De acordo com a nota, a previsão é de que o pagamento seja realizado ainda nesta semana. “A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) ressalta que tem conduzido as tratativas com o hospital de maneira transparente e cumprido com todas as obrigações devidas tendo como único objetivo assegurar que a população seja devidamente assistida. A previsão é de que o mesmo seja realizado ainda nesta semana”, finalizou.
Outro lado
Segundo o comunicado publicado pelo hospital, a prefeitura não paga pelos serviços prestados desde março deste ano e nem a atualização da produção de média e alta complexidade por reajustes nas diárias das UTI’s no valor de R$ 11.376.547 milhões. “Cumprimos com o que foi pactuado, arcamos com os custos e, mesmo assim, não recebemos pelos atendimentos. Esses serviços constam no 8º termo aditivo do contrato da Santa Casa com a prefeitura de Campo Grande, e publicado no extrato do Diário Oficial de Campo Grande no dia 25 de agosto de 2022”, explica a instituição em nota.
A nota ainda afirma que “o não recebimento dos valores impactam na continuidade da assistência adequada e segurança aos pacientes, obrigando-nos a alertar a população sobre essa situação”, finaliza o comunicado.
Impasse
No início do mês de agosto, a Santa Casa chegou a suspender os atendimentos ambulatoriais e as cirurgias eletivas, recebendo apenas pacientes considerados de urgência e emergência. O presidente do hospital, Heitor Freire, informou à rádio CBN Campo Grande que a proposta para firmar o novo contrato era no valor de R$ 35,9 milhões mensais, baseada no Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), indicador de preços auferido mensalmente usado para medir a inflação.
Após algumas reuniões e para não serem paralisados os atendimentos, o hospital assinou no dia 8 de agosto um termo aditivo válido por 60 dias no valor total de R$ 23,8 milhões.
De acordo com a Santa Casa, são realizadas em média 380 consultas diárias no ambulatório geral e 134 no ambulatório de ortopedia, além das 200 consultas para cirurgias eletivas. No mês, são 4.480 atendimentos ambulatoriais, 3.863 procedimentos cirúrgicos e 1.1873 exames.