Seis pessoas morreram nesta semana vítimas de acidentes registrados na BR-262, rodovia que liga Três Lagoas a Campo Grande. Somente nesta sexta-feira (12), quatro pessoas perderam a vida em um acidente ocorrido na rodovia, que já foi apelidada de “rodovia da morte”. Entre as vítimas do acidente de ontem, está uma criança de dois anos.
O acidente aconteceu no início da manhã de ontem, no quilometro 230, no município de Água Clara. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), um veículo da prefeitura de Inocência, seguia no sentido Campo Grande, quando no quilômetro 117, um caminhão, com placas da capital, invadiu a faixa contrária ao tentar uma ultrapassagem irregular quando colidiu de frente com o carro.
O veículo de passeio era ocupado por três adultos e duas crianças. Apenas uma criança sobreviveu e foi encaminhada para o Hospital de Água Clara. O motorista do caminhão nada sofreu. Mas esse não foi o único acidente registrado na BR-262 nesta semana. Na segunda-feira (18), dois idosos, moradores de Castilho (SP), morrem após o carro capotar na rodovia e bater em uma árvore. Ainda não se sabe as causas desse acidente, que deixou ainda uma pessoa gravemente feriada.
Na tarde desta quinta-feira, outro acidente foi registrado na BR-262.Um motorista ficou preso às ferragens após colidir com o caminhão na traseira de uma carreta, que passava pelos trilhos da linha férrea que cruza a BR-262, entre Água Clara e Três Lagoas. O motorista foi salvo por policiais militares de Três Lagoas que passavam pelo local.
PROVIDÊNCIAS
O Ministério Público Federal (MPF), inclusive, ajuizou ação civil pública, com pedido de liminar, para que a União e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) concluam as obras de restauração da rodovia BR-262, no trecho entre Três Lagoas e Água Clara, e corrijam os problemas apresentados no trecho que já passou por recapeamento entre os mesmos municípios.
Esse trecho possui aproximadamente 127 quilômetros de extensão. Representações formuladas por usuários da rodovia e relatório produzido pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) a pedido no MPF deixam claras as condições precárias da via: péssimo estado de conservação; trechos sem acostamento; asfalto em más condições; buracos; ondulações; pontos com grande desnível entre a pista de rolamento e o solo; inexistência de estrutura para passagem de animais silvestres; alta incidência de animais equinos e bovinos, entre outras.
Segundo o MPF, trata-se de um problema antigo, alvo recorrente de representações junto ao MPF, e que já resultou na abertura de dois inquéritos civis e um procedimento preparatório a partir de 2015. Segundo o MPF, ao passo em que os registros de acidentes com mortos e feridos são recorrentes, os investimentos públicos para melhorar a segurança e a trafegabilidade da via são insuficientes e ineficientes, focados sempre em soluções paliativas que se mostram inefetivas a cada estação chuvosa.
DUPLICAÇÃO
Motoristas entendem que já passou da hora da BR-262 ser duplicada, mas em agosto deste ano, ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse que não existe, no momento, estudo para a concessão da BR-262, rodovia que liga Três Lagoas a Campo Grande.
Nesta quinta-feira, aconteceu em Três Lagoas, uma reunião entre as secretarias municipal e estadual de Desenvolvimento Econômico com representantes do Ministério de Infraestrutura para apresentação do estudo “Diagnóstico Logístico de Mato Grosso do Sul. O coordenador de projeto da empresa contratada pelo Ministério, Cicero Filho, destacou que Três Lagoas está no hall dos municípios elencados para receber o estudo, visto a expansão industrial e o modal rodoviário local. “Este estudo reflete em melhorias e investimentos, principalmente, nas rodovias. A perspectiva é que as BR-158 e BR-262 sejam contempladas, o que vai ser benéfico ao município. Este planejamento tem uma perspectiva de atendimento e desenvolvimento de ações para os próximos 15 anos”, disse.
Durante a reunião, representantes da prefeitura e da Suzano destacaram a importância da rodovia ser duplicada, principalmente agora com a construção de mais uma fábrica de celulose em Mato Grosso do Sul, no município de Ribas do Rio Pardo. A tendencia é que aumente o número de carretas trafegando pela rodovia.