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Ocupação

Mais de 100 famílias ocupam área em busca da casa própria

Famílias alegam que a área não cumpre a função social e não têm condições de pagar aluguel

Famílias alegam que não tem condições de pagar aluguel - Ana Cristina Santos
Famílias alegam que não tem condições de pagar aluguel - Ana Cristina Santos

Famílias que se consideram sem-teto invadiram e começaram a construção de barracos em uma área pública no bairro São João, em Três Lagoas. A ocupação começou nesta semana, com cerca de 20 famílias. Nesta sexta-feira, já eram mais de 120 famílias ocupando a área e demarcando seus lotes.

Os sem-teto alegam que a área não cumpre a função social, e sem condições de pagarem aluguel, resolveram ocupar o espaço. “Esperamos do Município, do Estado e dos órgãos que têm como função a defesa do direito à vida digna, uma solução e não a repressão”, destaca o movimento de ocupação denominado de  Luta Por Moradia, através de nota pública.

O aumento do custo de vida, alimentação, gás, energia, água e remédios, segundo o movimento, tem levado as famílias de trabalhadores a se amontoarem em moradias precárias, intensificando o risco de contágio pelo novo Coronavírus. Além disso, ressalta que o pagamento de aluguéis, em Três Lagoas, é um dos mais caros do Estado.

Ainda de acordo com o movimento, o desemprego, agravado na pandemia, tem levado essas famílias ao endividamento e à impossibilidade de continuar morando de aluguel. 

A reportagem esteve na área ocupada e presenciou várias mulheres, algumas com quatro filhos, e desempregadas. Alegaram que a situação está difícil nesse momento de pandemia, que estão desempregadas, e muitas das vezes, encontram dificuldades até mesmo para alimentar a família.

Na terça-feira (22), fiscais da prefeitura estiveram no local, acompanhados de policiais militares, mas as famílias não quiserem assinar a notificação para deixar a área. A prefeitura deverá mover uma ação para reintegração de posse. 

Lei municipal aprovada e sancionada no final do ano passo pelo prefeito Ângelo Guerreiro, proíbe pessoas que invadiram áreas públicas de participar de cadastro habitacional para concorrer uma casa popular. 

Em nota, a prefeitura informou que a Secretaria Municipal de Assistência Social foi ao local na tentativa de realizar um cadastro social, no entanto, todos se recusaram a fornecer dados. Além disso, A Secretaria de Infraestrutura procedeu a notificação que foi entregue a um dos ocupantes e a Procuradoria Jurídica do Município já foi acionada para adoção de medidas cabíveis.