Entra ano sai ano e diariamente se vê que os problemas da cidade continuam os mesmos. Prefeitura asfalta ruas e em seguida o asfalto novinho em folha é rasgado para uma ligação de água ou esgoto. E, o reparo na via urbana continua péssimo. Os remendos executados sem que seja feito no solo uma compactação adequada, sequer são fiscalizados e atestados, se aceitos ou não. O fato é que jogam pedra e massa asfáltica e a rua ganha uma vala revestida de asfalto com uma depressão que se transforma em um solavanco para o condutor de veículo. Se terceirizado ou não esse serviço, pouco importa para o contribuinte, o fato é que deve ser bem executado porque está sendo pago. A prefeitura deveria obrigatoriamente, através do setor de fiscalização urbana, cobrar com rigor um reparo bem feito, de modo que a cidade não apresente ruas com aspecto esburacado e de uma colcha de retalhos mal remendada.
Por conta de lei federal as distribuidoras de energia como a Elektro, articuladas na Aneel conseguiram empurrar para os municípios a manutenção da rede de iluminação pública. Os municípios cobram taxa de iluminação pública para pagar o fornecedor – no nosso caso a Elektro. Três Lagoas por conta de obrigatoriedade legal, assumiu o serviço de manutenção da rede pública de iluminação. E, por isso, licitou esse serviço. Pelo que consta, os munícipes já estão sofrendo as agruras da má prestação do serviço. Vários bairros e ruas estão às escuras. A empresa contratada não faz com presteza a manutenção que deveria, deixando inumeráveis postes com luminárias queimadas e sem substituí-las e o contribuinte, inseguro, fica no escuro. Mais uma vez, surge a indagação, onde está a fiscalização, embora neste caso o serviço contratado seja pago mensalmente. Mais, o rol de problemas não para por ai, a coleta de lixo é precária nos bairros mais afastados da área central.
E a coleta de lixo seletiva até hoje não foi implantada. Falta uma campanha de esclarecimento sobre os benefícios para o meio ambiente e a sociedade sobre essa forma de se recolher o lixo. Vê-se perambulando pela cidade, remexendo lixos e catando pelas latinhas, garrafas e papelão, pessoas marginalizadas socialmente. Se a reciclagem do lixo fosse uma prática institucionalizada na cidade, certamente, poder-se-ia por intermédio de uma cooperativa instalar-se política pública para resgatar socialmente estas pessoas e lhes assegurar atividade rentável e vida digna. Assim, através de uma cooperativa de recicladores o lixo produzido pela cidade teria destinação mais adequada, redundando em ganho de dinheiro, além de estabelecer oportunidade de trabalho mais saudável. Vários outros problemas afligem a cidade e uma boa parcela da população, principalmente, a menos aquinhoada. Entre eles, se constata a falta de uma política pública para a construção de moradia popular.
A rede de captação de esgoto avança, mas não na velocidade que deveria diante do crescimento de Três Lagoas. O transporte urbano, apesar de anunciado, ainda não entrou em circulação nos bairros da cidade, sem contar que inexistem em número suficiente, abrigos nos pontos de passageiros. O usuário está à mercê do sol forte e da chuva. Enfim, acaba ano e entra um novo ano e os problemas continuam desafiando a paciência dos munícipes. E os administradores não arroxam e nem fiscalizam como deveriam, porque preferem a política de boa vizinhança.