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Três Lagoas

Senac dá início à projeto de incentivo à leitura

Projeto de incentivo a leitura realizado em Nova York serviu de inspiração para uma bibliotecária de Três Lagoas

Um projeto de incentivo a leitura realizado em Nova York serviu de inspiração para uma bibliotecária de Três Lagoas. De terça-feira até às 21h de hoje, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac)–unidade da Rua João Carrato, 539 – tem oferecido apresentações culturais de diversas manifestações como dança, teatro, música e poesia em homenagem ao projeto “Pegue um livro, deixe um livro”, desenvolvido por Patrícia Taiana Pereira Batista.

“A ideia é promover a troca de livros entre alunos, professores, colaboradores e comunidade em um local de fácil acesso. Nesses dias de atividades pude observar que os alunos sentiram-se protagonistas do evento. Nosso pátio além de ter se tornado um espaço pedagógico, agora se tornou mais humano-cultural”, esclarece. 

A ideia surgiu no final do ano passado e foi aprovado peloSenac Regional em Campo Grande. Agora se tornou referência em Mato Grosso do Sul e já implantando também na sede de Dourados. Em Três Lagoas, o Senac atender cerca de 300 alunos, com idades entre 15 e 30 anos.
 
"Queremos incentivar todas as pessoas, sem classificação, a leitura com a troca de livros. Deixamos essa opção de deixar um livro e levar outro para a comunidade pode conhecer novas obras e autores. Quem quiser apenas doar livro pode. A única regra é que quem quiser pegar um livro, terá que deixar outro no lugar em boas condições de uso, seja literário, científico, pedagógico ou técnico. Não há classificação de gêneros”, complementa.
 
Os livros estão disponibilizados dentro de geladeiras e uma televisão, que claro, estão desligados. “A ideia é de mostrar para os interessados que devemos tirar os livros das geladeiras.A linguagem é metafórica, ou seja, que os livros estão esquecidos e frios. Por isso idealizamos dentro de geladeiras, até mesmo para aguçar a curiosidade do público.” As apresentações culturais se encerram hoje, mas o projeto de troca de livros permanece até o dia o dia 8 de novembro e é aberto para o público em geral. 
 
Oficinas
Durante os três dias o Senac ofereceu oficinas para os alunos, todos voltados ao incentivo cultural. Entre eles estava “Faça seu próprio livro”, desenvolvido pela professora Alhana Saraiva com o objetivo de aproximar as pessoas com os livros. “Vejo que a tecnologia tem afastado as pessoas do livro. Sei que isso é positivo, já que é resultado da modernidade do mundo, mas sou defensora do material, do livro em si, do elemento palpável. Por isso estimulo meus alunos o contato com livros. Fiquei chocada uma vez, ao ver um vídeo na internet, que mostrava uma turma de crianças em uma feira de livros e ao tocar neles, tentava manusea-los como se fossem tablets”, aponta.
Defesas como da professora Alhana dão frutos. Marielen Arce Ribeiro dos Passos, 21 anos, é estudante em Técnica em Farmácia, curso com duração de dois anos. Prestes a ingressar na fase estagiária da profissão, esta foi sua primeira participação em uma oficina cultural no SENAC.
 
“Eu concordei com o que aprendi na aula: que as pessoas ficam muito tempo na internet e não são somente as crianças e os adolescentes; os adultos também não praticam mais a leitura. Vejo que muitos pais não incentivam os filhos a buscar os livros e não pensam que isso desenvolve a criatividade da criança e o vocabulário delas. Já os adolescentes também não tem essa preocupação. Eu fiz o Enem(Exame Nacional do Ensino Médio) no último final de semana e vi o tanto de gente desesperada com a redação, porque não consegue escrever um bom texto. E isso é falta de leitura”, conta a jovem.
 
Hugo Luciano de Oliveira Marques, 17 anos, é estudante de Técnica em Farmácia. O jovem que também participou da mesma oficina, assume que não gosta de leitura. “Eu assumo que não gosto muito de ler, mas essa aula me fez refletir melhor. Quando a professora disse que uma criança de sete anos estava conversando igual a um adulto porque tinha um bom vocabulário e isso era resultado da pratica da leitura;me fez pensar que devo me apegar mais aos livros”, conta. 
 
Segundo uma das coordenadoras pedagógicas do SENAC de Três Lagoas, Gláucia Cristina Ferreira, esta foi a primeira vez que foi realizado um projeto desta categoria na instituição do município. "Queremos deixar o espaço aberto para o público em geral para nos prestigiar até a noite de hoje e também vir realizar as trocas dos livros. A cultura é um dos bens mais preciosos de um povo então é extremamente importante compartilhar", ressalta.