Os casos de leishmaniose visceral em humanos voltam a deixar o setor de Saúde em alerta, em Três Lagoas. Ao menos sete moradores foram infectados e outros 19 apresentaram sintomas suspeitos da doença, entre os meses de janeiro e agosto deste ano. Além disso, um idoso, de 69 anos, morreu vítima de leishmaniose no mês de maio. Dados da Secretaria Municipal de Saúde apontam que uma moradora do bairro Vila Haro, de 47 anos, está internada para tratamento da doença.
A leishmaniose em humanos é transmitida através do mosquito palha e é uma doença grave, não tem cura (apenas controle por medicamentos), e algumas vezes pode levar à morte. A transmissão ocorre quando as fêmeas infectadas picam cães ou outros animais infectados e, depois, o ser humano, transmitindo o protozoário Leishmania Chagasi.
A doença é mais suscetível em grupos com baixa imunidade, crianças, gestantes e idosos. De acordo com o coordenador do Departamento de Endemias, Alcides Ferreira, alguns bairros da cidade são monitorados porque registraram casos positivos.
Na lista estão Vila Alegre, Jardim das Acácias, Jardim Atenas, Paranapungá, Nova Americana, Santa Júlia, Vila Verde, Jardim Maristela, Jardim Flamboyant e Jardim Rodrigues. “Além da dengue, Três Lagoas também é endêmica para essa doença. Nos últimos anos, voltou a ficar com esse cenário. Desde 2021 até 2023, a quantidade de pessoas infectadas é alta. A causa pode estar ligada a diversos fatores ambientais, tudo é propício, inclusive, o clima”, considerou o coordenador. Ele destaca que nos bairros com mais incidência, os agentes de endemias realizam a borrifação de inseticida nas residências, como forma de bloqueio químico contra a transmissão.
AÇÃO DIA D
Neste sábado (12) haverá o Dia “D” de Prevenção e Combate à Leishmaniose Visceral, na Escola Municipal “Joaquim Marques de Souza”, no bairro Vila Alegre, das 8h às 11h. O objetivo é promover conscientização, atividades para todos os públicos, como brincadeiras educativas para as crianças, teatro de fantoches, palestras. As fontes de infecção da leishmaniose são, principalmente, os insetos flebotomíneos que abrigam o parasita no tubo digestivo, porém o hospedeiro também pode ser o cão doméstico.