Empresários de Três Lagoas levaram um “banho de água fria” na tarde de ontem, quando souberam que não há previsão para receberem do Consórcio UFN 3, até então formado pelas empresas Galvão Engenharia e Sinopec e muito menos da Petrobras. Ao contrário do que foi estabelecido na semana passada, os empresários saíram da reunião sem um cronograma de pagamento e com a sensação de um possível calote à ser dado pelo Consórcio e pela Petrobras.
Segundo o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Três Lagoas, Atílio D’Agosto, a dívida do Consórcio UFN 3 com empresários locais, ultrapassa R$ 20 milhões. Somente de Três Lagoas, são cerca de 80 empresas. Contando com algumas da região, chegam a 116 empresas que estão há meses sem receber pelas obras e serviços prestados ao Consórcio na construção da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras, em Três Lagoas.
A reunião realizada na tarde de ontem, na sede do canteiro de obras da UFN 3 durou mais de duas horas e teve a participação da prefeita Márcia Moura, do presidente da Associação Comercial, Atílio D’ Agosto e de representantes da Petrobras, além de uma comissão formada por empresários locais. A reunião foi realizada por videoconferência e teve a participação de vários representantes da Petrobras e da empresa chinesa Sinopec.
Segundo Atílio, a reunião foi tensa, mas ao mesmo tempo, válida para os empresários constatarem o empenho da Associação Comercial e da prefeita no propósito de ajudá-los a receber essa dívida. O resultado, no entanto, não foi satisfatório, porque os empresários saíram da reunião sem saber quando vão receber. O presidente da Associação Comercial, informou que a Petrobras disse não ter responsabilidade com a dívida e que o pagamento caberia a Sinopec.
A empresa chinesa por sua vez, informou que não tem dinheiro para arcar com a dívida. A Petrobras também alegou que, mesmo que quisesse assumir a dívida, não dispõe de dinheiro para pagar os fornecedores de Três Lagoas e nem os de outras localidades. Diante desta resposta, o presidente da Associação Comercial entrou em contato,na tarde de ontem, com o secretário estadual Indústria e Comércio, Jaime Verruck, solicitando o apoio do governo do Estado para ajudar os empresários a receberem seus créditos. “O secretário disse que conversaria com o governador sobre a situação e a prefeita Márcia Moura, também entrou em contanto com o governador para reunir forças para os empresários receberem os seus créditos”, disse Atílio.
Uma nova reunião foi marcada para hoje, na Associação Comercial, com os empresários credores para discutir estratégias do que será feito no sentido de sensibilizar a Sinopec e a Petrobras efetuar o pagamento. Não está descartada, inclusive, a realização de novas mobilizações contra a Galvão Engenharia, a Sinopec e a Petrobras. “Estava tudo certo de que hoje [ontem] teríamos um cronograma de pagamento, e de repente alegam que não têm dinheiro para pagar, isso caiu como um balde de água fria”, comentou. Apesar desta resposta, Atílio disse que a negociação ainda é o melhor caminho. “Se for para justiça pode ser bem mais complicado e demorado, temos que continuar com as conversas e buscar alternativas para que esses empresários recebam logo”, salientou.
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