Com um aumento de 36,10% em relação ao ano de 2017, o saldo da balança comercial de Mato Grosso do Sul, no primeiro semestre deste ano, fechou em US$ 1.698,8 bilhão.
As duas pontas, compra e venda, registraram crescimento em volume proporcionando impacto positivo na economia estadual. As empresas produziram e venderam mais ao mesmo tempo em que precisaram importar mais matéria prima. Os dados estão na Carta de Conjuntura o Setor Externo elaborada pela Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).
As vendas de produtos sul-mato-grossenses para o exterior somaram US$ 3.013,523 bilhões entre janeiro a junho, com destaques para soja em grãos que alcançou US$ 1.199 bilhão e celulose US$ 945,752 milhões. Os dois produtos mantêm na liderança das exportações desde o ano passado quando o superávit foi de U$ 2,1 bilhões no acumulado de janeiro a novembro
Já com a importações, entraram no Estado mercadorias no valor de US$ 1.314,723 bilhão, o que também representa aumento de 14,69% em relação ao primeiro semestre do ano passado. Nesse caso, o bombeamento de gás natural vindo da Bolívia teve maior impacto: 32,04%, passando de US$ 515 milhões para US$ 681 milhões
Na análise da Semagro o incremento na compra de gás natural se deve ao período de estiagem que reduz a geração de energia nas usinas hidrelétricas e força o acionamento das usinas térmicas, movidas pelo produto. Outro fator que pode ter influenciado nesse quesito foi a entrada em funcionamento da ADM América do Sul, em Campo Grande, empresa que atua no processamento de proteína de soja e consome gás natural.
O incremento nas exportações foi sentido principalmente porque este ano entrou em atividade, em Três Lagoas, a segunda unidade da indústria Fibria, fazendo praticamente dobrar as vendas de celulose (+98,11) ao exterior no semestre, em relação ao primeiro semestre do ano passado. Já o aumento nas exportações de soja se devem, sobretudo, à excelente safra do ano passado, quando o Estado colheu perto de 10 milhões de toneladas desse grão.
Outro destaque é o minério de ferro. A venda do produto obteve variação de 51,54% no período, passando de US$ 50 milhões para US$ 76 milhões. O grande cliente do Estado continua sendo a China (tanto para o minério quanto grãos) que aumentou sua participação em 51,47% ou em dólares de US$ 1 bilhões para US$ 1,5 bilhões. Em seguida vem a Argentina, que também compra minério e soja de Mato Grosso do Sul para processamento industrial. As vendas saltaram de US$ 155 mi para US$ 193 mi, aumento de 23,97%.
Os destaques negativos ficaram com o açúcar (-67%) e carne de aves (-8,89%). Quanto ao açúcar, há uma grande oferta no mercado mundial, por isso a redução nas vendas. De acordo com o Departamento de Agricultura Americano, o USDA, na safra 2017/18 o mundo aumentou a produção para 185 milhões de toneladas. Além disso, Índia e Tailândia conseguiram recuperar volumes por conta do clima favorável. Os dois países devem colocar no mercado 27,7 milhões e 11,2 milhões de toneladas, respectivamente. Outros motivos para aumentar a estimativa de produção global são o fim das cotas na União Europeia e aumento da oferta local na China.
Já com relação à carne de aves, em nível nacional a queda foi de quase 40% devido ao bloqueio do mercado europeu por conta da Operação Carne Fraca em março deste ano. Para o Mato Grosso do Sul o impacto foi menor porque quase não exporta o produto para a Europa.