Veículos de Comunicação

Eleições

‘Sou contra o Lula 4. Lula 3 já está de bom tamanho’, diz Azambuja

Presidente estadual do PSDB, Reinaldo Azambuja, falou sobre os rumos do partido e política nacional

A fala de Azambuja reflete o tom crítico do PSDB em relação ao atual governo federal - Divulgação / Agência de Notícias MS
A fala de Azambuja reflete o tom crítico do PSDB em relação ao atual governo federal - Divulgação / Agência de Notícias MS

O ex-governador de Mato Grosso do Sul e presidente estadual do PSDB, Reinaldo Azambuja, afirmou ser contra uma eventual candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a um quarto mandato. “Eu sou contra o Lula 4. O Lula 3 já está de bom tamanho para o Brasil. O país precisa de um projeto moderno, com respeito à política fiscal e que gere oportunidades”, disse Azambuja, em entrevista ao Grupo RCN durante o lançamento da pedra fundamental da fábrica da Arauco, em Inocência.

A fala de Azambuja reflete o tom crítico do PSDB em relação ao atual governo federal, ao mesmo tempo em que o partido tenta se reposicionar no cenário nacional e estadual. Segundo o ex-governador, a legenda – que nos últimos anos perdeu força nas urnas e nas alianças – deve passar por uma fusão com outras siglas do campo de centro-direita, como Podemos, Solidariedade e Republicanos. “Acredito que continuará existindo, mas federado com outros partidos, ganhando capilaridade e preparando um projeto nacional para 2026”, explicou.

Crise com o PT

Em Mato Grosso do Sul, o PSDB vive um momento de tensão com o PT, seu antigo aliado na eleição de 2022. O governador Eduardo Riedel (PSDB), que foi eleito com apoio do presidente Lula, tem enfrentado críticas dentro da própria base após declarar apoio à anistia de envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

O gesto acendeu o alerta entre dirigentes do PT sul-mato-grossense, que até então buscavam manter a aliança com os tucanos para a eleição de 2026. Nos bastidores, lideranças petistas ainda cogitam pleitear o apoio de Riedel a um nome do partido para uma das vagas ao Senado. No entanto, não há sinais de ruptura iminente.

Azambuja, ao comentar o assunto, se disse favorável à apreciação da anistia pelo Congresso Nacional, mas fez questão de separar os casos. “Quem depredou patrimônio público tem que ser punido. Agora, os inocentes que estão indo na esteira desses acontecimentos precisam de um olhar do Congresso”, defendeu.

Senado em 2026?

Cotado para disputar uma das duas vagas ao Senado em 2026, Azambuja desconversou sobre a possibilidade, mas admitiu que pode entrar na corrida eleitoral se houver necessidade de reforçar o projeto de reeleição de Eduardo Riedel. “O futuro a Deus pertence. Nunca fugi de desafios e, se for preciso ajudar o governador, ele sabe que pode contar comigo […] Sonhar a gente sonha, nunca sonhei em ser governador e fui. Então, por que não?”

Alternativas a Lula e Bolsonaro

Apesar das críticas a Lula, Azambuja reconheceu que tanto o atual presidente quanto o ex-presidente Jair Bolsonaro seguem como forças relevantes no tabuleiro nacional. Ainda assim, defendeu a construção de um projeto alternativo. “Hoje você não pode excluir nem Lula nem Bolsonaro. Mas temos nomes fortes como Ratinho Júnior, Tereza Cristina, Tarcísio de Freitas e Romeu Zema. Pessoas que já fizeram gestão e que podem liderar um novo projeto nacional”, afirmou.

Como tesoureiro-geral do PSDB, o ex-governador participa diretamente das articulações nacionais do partido ao lado de nomes como Marconi Perillo e Eduardo Leite, e reforçou que o foco é construir uma frente ampla de centro-direita com viabilidade eleitoral e administrativa.