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Três Lagoas

Surto de dengue coloca Três Lagoas em estado de alerta

Saúde registra média de 6,3 novos casos suspeitos a cada 24 horas

Recipientes jogados nos lixos e terrenos baldios contribuem para a proliferação do mosquito - Elias Dias/JP
Recipientes jogados nos lixos e terrenos baldios contribuem para a proliferação do mosquito - Elias Dias/JP

O Levantamento do Índice Rápido do Aedes Aegypti (Lira), do mês de janeiro, mostra que Três Lagoas está com um índice de infestação predial do mosquito transmissor da dengue considerado endêmico e, em situação de alerta. Em algumas regiões, há risco de surto. O índice geral de infestação predial ficou em 3.5%, mais de três vezes superior ao recomendado pelo Ministério da Saúde, que é abaixo de 1%. De 1 % a 3.9% o índice representa situação de alerta. Acima de 3.9% há risco de surto.

Em pouco mais de 30 dias, de janeiro até o dia 3 de fevereiro, Três Lagoas já registrou 191 casos notificados de dengue. Destes, 49 foram confirmados como positivos. O número representa uma média de dois casos confirmados de dengue registrados na cidade por dia. Um óbito por suspeita de dengue foi registrado na cidade. O município ainda aguarda confirmação do laboratório.

O resultado do Lira do mês de janeiro em algumas regiões é bem maior do que o índice geral, o que deixa algumas bairros em situação de alerta, já que existe a possibilidade de surto de dengue. O Lira mostra que 12 regiões Três Lagoas estão em situação de risco para ocorrência de surto da dengue. De acordo com o levantamento, o maior índice de infestação predial do mosquito transmissor da dengue foi registrado no Distrito Industrial, com 33.3%. Embora, o índice tenha dado alto, apenas dois focos do mosquito foram encontrados nessa região.

Na região do bairro Santo André, o índice foi de 13.9%. Segundo o coordenador do Setor de Endemias, Benício Donizete da Silva, a situação é bastante complicada na região do bairro Santa Luzia, onde o índice de infestação predial e, em depósito do mosquito transmissor da dengue, registrado pela Lira é de 9.7%. Nessa região que engloba os bairros, Santa Luzia, Novo Oeste, Carandá e Bela Vista, segundo Benício, muitos casos de dengue tem sido registrado neste ano.

No bairro Vila Piloto o índice também é alto, 8.6%, oito vezes superior ao recomendado pelo Ministério da Saúde. Nas regiões dos bairros Santa Rita, o índice registrado é de R$ 7.7%, na do Vila Nova 8%, e na do São Carlos 5.3%. Na região do bairro Paranapungá, onde vários casos de dengue têm sido registrados, o índice é de 4.3%. De acordo com dados do Lira, em nenhuma região de Três Lagoas foi registrado índice inferior a 1%.

ALERTA

Segundo o coordenador do Setor de Endemias, a situação é bastante preocupante em Três Lagoas, já que neste período de chuvas e temperaturas altas, a probabilidade da proliferação do mosquito transmissor da dengue é maior. “Esse é um período em que aumento os casos de dengue, por isso é importante à colaboração da população. Os moradores precisam manter os seus quintais limpos, senão não vamos conseguir combater e pode ter uma epidemia de dengue”, alertou.

Benício informou que a Secretaria de Saúde, através dos agentes de endemias tem percorrido os bairros e feitos às visitas nos imóveis, mas, infelizmente, nem todos colaboram com a limpeza da cidade. Ainda segundo ele, um trabalho com fumacê tem sido feito em bairros com casos da doença.

MULTA

Em razão de Três Lagoas ser considerada uma cidade endêmica, onde todos os anos casos de dengue são registrados, a prefeitura estuda elaborar um projeto de lei que prevê multar os proprietários de residências com reincidência de focos de dengue. O esboço de um projeto de lei já foi encaminhado pelo Setor de Endemias ao gabinete da prefeita com esta sugestão. O Executivo estuda encaminhar o projeto para a aprovação do Legislativo ainda este ano.