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Tempo de balanço... da vida

Leia o artigo de Wilson Aquino na edição deste sábado (15) do Jornal do Povo

Parece automático, a chegada de dezembro faz as pessoas refletirem e avaliarem, com profundidade, seu próprio desempenho durante o ano. O indivíduo torna-se seu próprio juiz e é rigoroso ao fazer uma análise justa sobre os aspectos positivos e negativos alcançados nessa trajetória anual preestabelecida da vida.

A vida é difícil para todos devido aos problemas mais diversos que todos enfrentamos. Essas dificuldades, versáteis e que se apresentam das mais variadas formas (econômicas, físicas, mentais, intelectuais…) nem sempre permitem êxito em absolutamente tudo o que planejamos fazer antes do início de um novo ano. 

Quase sempre, devido a esse balanço, nos frustramos por não conseguirmos alcançar aquelas metas que pareciam tão fáceis, como a de voltar a estudar; concluir finalmente aquele curso; conseguir um emprego melhor; dar entrada à tão sonhada casa própria; comprar um carro, uma moto; conhecer o mar e viajar pela primeira vez de avião; fazer aquela operação para retirada daquele espinho da carne que nos impede de andarmos firmemente em busca dos nossos sonhos, dos nossos ideais…

Nesse balanço nos lembramos dos obstáculos que surgiram e que nos impediram de começar ou prosseguir com o plano. Muitos obstáculos, no final, se justificam, pois foram, de fato, impeditivos. Outros não! Pois julgamos que se fôssemos mais persistentes, determinados, perseverantes, certamente teríamos conseguido. Chegar a essa conclusão é frustrante.

Não é à toa que muitos confessam que não gostam do “período de Natal”. Consciente ou não, na maioria dos casos, tem a ver com esse balanço que fazemos da vida e nos frustramos quando concluímos que não saímos vencedores em face às metas estabelecidas, por conta de nossa própria incompetência. Aqueles que somam importantes vitórias ao longo do ano se sentem melhores e prontos para novos desafios. 

Aqueles que sentem que não se saíram bem, que o balanço deu “negativo”, procedem de diversas formas em função disso. O melhor, entretanto, é aquele que ergue a cabeça e diz para si próprio que vai buscar alcançar as metas não alcançadas no próximo ano, com mais garra e determinação. Há aqueles que entram em profunda tristeza e desânimo. 

*É jornalista e professor.