A Petrobras desligou neste mês a usina termelétrica de Três Lagoas para evitar "falha catastrófica" na estrutura da unidade, que necessita de manutenção.
Segundo publicado pelo Jornal Estadão, três dias antes da paralisação da usina agendada para 31 de agosto, o Operador Nacional do Sistema (ONS) pressionou a Petrobras a manter ligada a termoelétrica, mesmo a unidade precisando de manutenção.
Ainda de acordo com o Estadão, entre os dias 3 e 5, a Petrobras havia comunicado ao Operador que precisaria paralisar as operações da usina, uma planta de 386 megawatts de potência, porque tinha de fazer uma manutenção importante na estrutura. A Petrobras agendou o serviço para o fim de semana, quando o consumo elétrico no país diminui, e apresentou a programação com duas semanas de antecedência. Mesmo sendo uma parada programada, o ONS rejeitou o pedido, alegando que “em função do cenário energético, com cargas elevadas e alto despacho térmico”, tinha que manter a “máxima disponibilidade de unidades geradoras”.
Segundo a Petrobras, diante das recomendações dos fabricantes dos equipamentos da usina, e da equipe de engenharia e, ainda, frente ao risco de falha catastrófica da turbina, a Petrobras necessitou prosseguir com a parada emergencial e a manutenção foi feita.
Em laudo enviado para a Aneel e ONS sobre o assunto, a Petrobras fez questão de destacar que, ainda em fevereiro, em manutenção de rotina, já havia encontrado danos em partes da estrutura da usina. Os reparos foram feitos em manutenções programadas.
A Petrobras disse que foi necessário parar de maneira emergencial, inclusive, para evitar situações de desligamento forçado, o que poderia causar problemas mais graves a toda programação de geração do setor.
Como as termelétricas não foram concebidas para operarem o tempo todo, existe um risco de forçar a estrutura.
A Petrobras afirmou que "solicitações de adiamento, postergação ou aprovação de paradas fazem parte da rotina operacional de relacionamento com o Operador Nacional do Sistema Elétrico".