O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul iniciará, no dia 3 de junho, o Mutirão Carcerário 2013. A mobilização, cuja última edição aconteceu há dois anos, visa atender a uma previsão do Conselho Nacional de Justiça com o objetivo de revisar todos os inquéritos e processos de presos provisórios, presos condenados – definitivos e provisório – dos regimes fechado, semiaberto e aberto e aplicar medidas de segurança de internação.
Três Lagoas
TJ promoverá Mutirão Carcerário no Estado
Em Três Lagoas, há 567 presos em regime fechado. Desse total, 254 aguardam julgamento
Conforme informações da assessoria de imprensa do TJ/MS, o mutirão cumprirá principalmente dois objetivos: garantia do devido processo legal, com a revisão das prisões de presos definitivos e provisórios e promover inspeção nos estabelecimentos prisionais de Mato Grosso do Sul.
Até o mês passado, aproximadamente 26% da população carcerária de Mato Grosso do Sul aguardava julgamento. Segundo a Agência Estadual de Administração Penitenciária (Agepen), baseado no Mapa Carcerário de MS, o Estado contava, até abril, com uma população carcerária de 11.885 presos. Desse total, 8.450 eram condenados e 3.135 aguardavam julgamento em regime fechado.
A situação é ainda mais preocupante em Três Lagoas. Nas duas unidades penais de regime fechado, Penitenciária de Segurança Média de Três Lagoas e Presídio Feminino, existe um total de 567 presos. Desse total, quase a metade, 254, aguardava julgamento. No Presídio Feminino, por exemplo, o índice de mulheres aguardando julgamento supera o de já condenadas. São 86 internas ao todo, dentre as quais 52 eram presas processadas (não julgadas) e 34 condenadas. Já na Penitenciária de Segurança Média (masculino), o quadro se inverte: são 279 presos condenados contra 202 que aguardam julgamento.
No entanto, segundo levantamento da Agepen, situação ainda mais grave é de Corumbá, onde a maioria dos presos ainda aguarda julgamento. Ao todo, aquele município conta com uma população carcerária de 430 internos. Desses, 251 são processados e 179 condenados.
CRONOGRAMA
Ainda de acordo com as informações do TJ/MS, desde a semana passada os processos de execução penal já estão sendo triados por uma equipe composta por oito magistrados, coordenados pelo juiz Albino Coimbra Neto, e encaminhados à Defensoria Pública para manifestação prévia. Ontem, também foi encaminhada a remessa para o Ministério Público, que também trabalhará em caráter de mutirão. A Secretaria do Mutirão, porém, cumprirá somente as decisões que impliquem em expedição de alvarás de soltura ou casos emergenciais específicos.
Os reexames dos inquéritos e processos referentes a presos provisórios serão realizados pelo próprio juiz da causa, nas comarcas em que os feitos tramitam, baseados na lista da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
BALANÇO
O último Mutirão Carcerário realizado em Mato Grosso do Sul aconteceu em maio de 2011. Naquela época, os magistrados concederam 20 extinções de penas com soltura, 5 extinções de pena sem soltura, 124 livramento condicional, 68 benefícios para o regime aberto, 212 para o regime semiaberto, 8 benefícios de trabalhos externo, quatro indultos e 170 remissões de pena, 86 saídas temporárias e 268 relaxamentos de prisão (liberdade provisória). Ao todo, foram analisados 8.674 em todo o Mato Grosso do Sul naquele ano.