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Três Lagoas

Trabalhadores acampam em frente a UFN 3 por falta de pagamento

Cerca de 200 trabalhadores foram demitidos neste mês

Sindicato fornece comida aos trabalhadores acampados em frente ao escritório do Consórcio   - Elias Dias
Sindicato fornece comida aos trabalhadores acampados em frente ao escritório do Consórcio - Elias Dias

Trabalhadores acamparam ontem em frente ao escritório do Consórcio UFN 3 e disseram que só vão sair do local depois que receberem o pagamento. Segundo o presidente do Sindicato da Construção Civil Pesada (Sintiespav), Nivaldo da Silva Moreira, cerca de 200 trabalhadores demitidos no último dia 3 de outubro ainda não receberam os direitos trabalhistas.

Moreira comentou que o Consórcio não se pronuncia e não dá nenhuma resposta com relação a situação desses trabalhadores. Por esse motivo é que eles resolveram acompanhar em frente ao escritório do Consórcio. “Nós providenciamos alimentação e, sem apoio, eles não vão ficar. É um absurdo o que o Consórcio tem feito com esses trabalhadores”, destacou o presidente do Sintiespav.

Nivaldo disse que é preciso o apoio das autoridades para resolver essa situação. “Já solicitamos uma audiência com o procurador do Ministério Público do Trabalho, mas não obtivemos êxito. É preciso que a prefeita, vereadores, as autoridades  em geral olhem a situação desses trabalhadores, que só querem receber para retornarem às suas casas”, disse Nivaldo.

Manoel dos Santos é de Belém, ele disse que a empresa havia se comprometido em pagar os trabalhadores no último dia 13, agora falam que vão fazer o acerto apenas no dia 12 de dezembro.  “Estamos sem dinheiro, nossa família está precisando das coisas e nós estamos aqui sem poder fazer nada”, reclamou o ex- trabalhador do Consórcio .

Em Três Lagoas há um ano e dois meses, o trabalhador João de Deus Reis, da cidade de Pinheiro, Maranhão, foi demitido também no dia 3 deste mês e, até agora, não recebeu. “Acho que o Consórcio deveria dar um posicionamento para nós. Somos pais de famílias, estamos longe de casa, sem dinheiro e sem nenhuma resposta para dar aos nossos familiares”, desabafou.

Conforme divulgado na edição de ontem do Jornal do Povo, a Petrobras informou que as demissões de funcionários alocados na obra, assim como as dívidas cobradas por fornecedores e as ações judiciais noticiadas, dizem respeito ás questões internas do Consórcio UFN3, não cabendo a estatal manifestar sobre a saúde financeira, a gestão de negócios ou a mão de obra de suas contratadas. Entretanto, a Petrobras reafirma seu comprometimento com os direitos dos trabalhadores ao incorporar em seus contratos e exigir o cumprimento pelas contratadas de todas as suas obrigações legais trabalhistas.

Segundo o comunicado, a Petrobras está ciente da situação de inadimplência do Consórcio UFN3 perante fornecedores e, no âmbito desse contrato, informa que já exigiu a imediata regularização e cumprimento pelo Consórcio UFN3 das obrigações assumidas por este perante seus fornecedores.

O presidente do Sintiespav, por sua vez, é da opinião de que a Petrobras tem certa responsabilidade em relação ao que acontece no canteiro de obras da fábrica de fertilizantes, já que a estatal é quem contratou o Consórcio, além de ser a responsável pelo empreendimento. “Existem erros dos dois lados, tanto do Consórcio, quando da Petrobras”, destacou.