Em assembleia realizada na manhã de ontem, os trabalhadores que prestam serviço para o Consórcio UFN 3, na construção da Fábrica de fertilizantes da Petrobras, em Três Lagoas, aprovaram um indicativo de greve. A partir de sexta-feira, se as empresas não aceitarem as reivindicações, os operários devem cruzar os braços novamente.
Três Lagoas
Trabalhadores do Consórcio UFN 3 aprovam indicativo de greve
Operários que constroem fábrica de fertilizantes devem cruzar os braços a partir de sexta-feira
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e de Mobiliário e Montagem (Sintricom) de Três Lagoas, Gilson Brito Frazão, são cerca de seis mil operários trabalhando na construção da fábrica de fertilizantes. A mudança de alojamento é uma das principais reivindicações dos trabalhadores.
Segundo Frazão, 2.500 operários estão alojados em um prédio sob regime de comodato, localizado na BR-158, nas proximidades do canteiro de obras da fábrica. Porém, eles querem ficar no alojamento “Fazendinha”, em Três Lagoas, que serviu de abrigo para os trabalhadores da Eldorado. “O local em que estão não há as mínimas condições de conforto. Os trabalhadores ficam no meio do mato, não conseguem falar com a família porque o telefone não funciona. Só podem ser usados celulares cujo chip é da operadora Vivo, e ainda assim com sinal muito ruim”, disse.
Ainda de acordo com o presidente do Sindicato, os trabalhadores reclamam também que as empresas disponibilizam ônibus apenas uma vez ao dia para eles virem até a cidade e depois retornarem para o alojamento. “Parece que existe uma determinação da Prefeitura de Três Lagoas para não permitir que esses trabalhadores fiquem alojados na cidade. Temos que resolver essa questão, pois eles estão vivendo no meio do mato, igual bichos, sem contar que o local em que eles estão não recebe limpeza adequada. Os banheiros estão em condições lastimáveis”, completou o presidente do sindicato.
Os operários reivindicam ainda aumento do vale-alimentação, que hoje é de R$ 250, para R$ 500. “O custo de vida em Três Lagoas está muito alto. Eles trabalham para mandar dinheiro para a família e no final de semana querem fazer um churrasquinho para descontrair um pouco, mas fica difícil em razão dos preços em que os produtos são vendidos”, comentou.
A troca do plano de saúde dos trabalhadores do Consórcio UFN 3 é outra reivindicação dos profissionais. “O plano de saúde atual não cobre nada. Qualquer dor que o trabalhador sente faz com que eles aplicam injeção”, reclamou. Segundo Frazão, são questões simples de serem resolvidas, mas as empresas se negaram a aceitar as reivindicações dos trabalhadores.
O presidente do Sintricom informou que o Consórcio já foi notificado que os trabalhadores estão em “estado de greve”. Se as empresas não se manifestarem dentro de 72 horas após a publicação do edital, prevista para acontecer hoje, os trabalhadores cruzam os braços por tempo indeterminado.