Ficar com o WhatsApp fora do ar não está sendo uma tarefa fácil para muitos brasileiros, nesta quinta-feira, 17. Desde a 0h o aplicativo deixou de funcionar em cumprimento à decisão de um juiz de uma vara criminal de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. E alguns moradores de Três Lagoas, que utilizam o app como uma das ferramentas de trabalho, já sentem o reflexo da determinação judicial.
A manicure Camila Costa, por exemplo, de 24 anos, explica que é por meio do aplicativo que conversa com as clientes e faz os agendamentos diariamente. Mas hoje, segundo ela, está sendo bem complicado para obter as confirmações. “Por ser bem prático, uso o Whats para confirmar as marcações e também para tirar as dúvidas com minhas clientes. É mais barato do que ficar ligando para cada uma e gastando créditos. Até porque pelo aplicativo eu faço isso usando só a internet”, ressaltou.
Ela conta que a alternativa tem sido utilizar o Messenger do Facebook para conversar com as clientes e até mesmo com os amigos, já que o app é o mais popular do país para este tipo de interação. O empresário Ronaldo Rodrigues, dono de uma sorveteria em Três Lagoas, também disse que está tendo que se virar para continuar a atender os clientes acostumados a fazer pedidos somente pelo aplicativo.
“Hoje é uma grande ferramenta comercial e percebemos a facilidade para se aproximar do consumidor por meio do app. Muitos clientes não têm como ligar por se tratar de telefone fixo ou estar sem crédito. E muitos querem informações sobre sabores de sorvete e também sobre os produtos na confeitaria”, pontua.
Ronaldo observa que o contato com os fornecedores, como ainda os pedidos mais urgentes, são feitos pelo Whats por ser mais dinâmico. “Ao invés de ligar, já entramos em contato, passamos os pedidos e ainda tiramos fotos de equipamentos quando necessário. Agora, teremos que voltar às ferramentas tradicionais, como ligar, mandar e-mail”, avalia.
Bloqueio
Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, o bloqueio foi imposto porque o WhatsApp não atendeu a uma determinação judicial de 23 de julho deste ano. No dia 7 de agosto, a empresa foi novamente notificada e foi fixada multa em caso de não cumprimento. Como, ainda assim, a empresa não atendeu à determinação judicial, o Ministério Público requereu o bloqueio dos serviços pelo prazo de 48 horas, com base na lei do Marco Civil da internet, o que foi deferido pela juíza Sandra Regina Nostre Marques.