Dados do setor de hemodiálise do Hospital Auxiliadora, em Três Lagoas, revelam que sete pacientes foram submetidos a cirurgia de transplante de rim no ano de 2023.
O procedimento não é realizado no município, portanto, geralmente, os pacientes são encaminhados para a capital Campo Grande ou para a cidade de São José do Rio Preto, interior do estado de São Paulo. Pessoas com hipertensão, diabetes e idosos estão na lista dos que mais precisam desta cirurgia.
Segundo levantamento do Sistema Único de Saúde (SUS), o rim foi o órgão mais transplantado no estado de Mato Grosso do Sul, entre janeiro e setembro do ano passado. Das 203 cirurgias de transplantes realizadas, 25 foram para implantação do órgão, representando 12,3% no total. Os números acompanham a média nacional. Com 4.514 cirurgias realizadas neste mesmo período, 2.986 foram apenas transplantes de rim, sendo 66,14% no total.
Atualmente, todo o procedimento de transplante de órgãos e tecidos é controlado exclusivamente pelo SUS, através do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), que monitora e ordena a fila de espera de pacientes. A doação é feita de forma voluntária, por pessoas que se declaram como doadoras de órgãos, através de comunicado à família, que deve ser a responsável por autorizar a retirada quando o declarante vier a óbito.
Pessoas vivas também podem doar órgãos que não comprometem a vida do doador, como o rim, por exemplo.
Após manifestação de interesse, são realizados estudos para verificar a saúde do doador e a compatibilidade do órgão com quem deve receber o transplante, antes de ser realizado o procedimento.
No ano de 2023, o número de potenciais doadores no estado de Mato Grosso do Sul, reduziu de 179 para 160, representando uma queda de 10,6%. Em contrapartida, o Brasil registrou um aumento no número de pessoas que manifestaram interesse em se tornarem doadoras.
Dados apontam que a quantidade de potenciais doadores subiu 5,6%, atingindo a marca de 10.495 voluntários.
O nefrologista Renato Pontelli assegura que a doação de órgãos salva vidas. “É muito importante que a população se mobilize e converse sobre a doação. Todo mundo fala que quer ser doador, mas nem sempre a pessoa deixa para a família essa orientação. Normalmente, essa parte da doação de órgãos vem em um momento muito doloroso para a família. Mas é importante conversar e manifestar o interesse de ser um doador. A grande conversa e a orientação em saber que isso existe e vai ajudar muitas pessoas, já é o primeiro passo.”
Quem recebe o transplante pode manter uma vida normal, porém mantendo os cuidados necessários, como o acompanhamento médico periódico, além de tomar os medicamentos receitados pelo médico. Em média, o órgão transplantado, quando o paciente segue as recomendações médicas, pode durar até 20 anos.
O Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, em Três Lagoas, conta com uma equipe e um centro próprios para tratamento de diálise para quem tem doenças renais crônicas. Atualmente, cerca de 108 pacientes estão sendo acompanhados pela instituição. Devido a alta demanda, serão abertos mais dez leitos até março deste ano.
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