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Editorial

Transporte coletivo

Confira o editorial do Jornal do Povo, da edição deste sábado (8)

Passa da hora de Três Lagoas discutir a mobilidade urbana - Arquivo/ JPNews
Passa da hora de Três Lagoas discutir a mobilidade urbana - Arquivo/ JPNews

Três Lagoas experimenta os serviços de transporte coletivo pela terceira ou quarta vez por mais uma empresa de ônibus, que se propôs prestar esse serviço para a população. Entretanto, esse serviço público nunca foi executado satisfatoriamente, seja pela falta de cumprimento de horário pela passagem de ônibus nos respectivos pontos da cidade, fato que acaba frustrando o usuário que tem hora marcada para chegar ao seu destino, seja pela própria deficiência desse transporte que registra inumeráveis reclamações, inclusive, sobre a má limpeza interna desses ônibus.

Para agravar, passageiros reclamam dos abrigos instalados em pontos de ônibus, aliás, um deles caiu sobre um idoso e outro, foi tombado por populares em sinal de protesto por conta das condições precárias que se encontrava. Por seu turno, as empresas que se habilitam para a concessão do transporte coletivo de passageiros, reclamam que não transportam passageiros suficientemente para rentabilizar o seu negócio. O fato é que o poder público municipal tem que enfrentar a questão da mobilidade urbana que é um direito dos cidadãos e mais ainda, do trabalhador em geral que precisa se deslocar para o seu local de trabalho.

Em algumas cidades, a remuneração da empresa de transporte coletivo se baseia no quilometro rodado e não pelo número de usuários transportados. Essa deveria ser a lógica do negócio transporte coletivo. Em muitas cidades do Brasil essa situação é infinitamente mais grave do que em Três Lagoas, e, sequer cabe aqui relatar esse calvário a que milhões de passageiros estão submetidos nas grandes metrópoles. Impõe-se uma discussão saudável sobre esse assunto, antes que a situação piore diante do crescimento industrial e do comércio de Três Lagoas.

Também, não devemos nos esquecer dos idosos que não podem e nem devem ficar confinados em suas causas por conta da deficiência do serviço de transporte coletivo. Vale lembrar que o Jornal do Povo na edição do dia 24 de março do corrente, estampou matéria sobre esse assunto – a mobilidade urbana na cidade de Campo Grande, quando, então, apresentaram como exemplo a cidade de Maricá no estado do Rio de Janeiro, onde três linhas de ônibus coletivos, transportam gratuitamente as pessoas que se utilizam de um serviço de qualidade, as quais usufruem de um integrado modal de bicicletas.

Aliás, a finalidade do transporte coletivo é a de atender todas as classes sociais. Maricá passou a utilizar ônibus híbrido – movido à energia elétrica e combustível e implantou tarifa zero através do financiamento público pelo município do transporte coletivo. Três linhas de ônibus foram implantadas para o gozo e transporte dos usuários. E, surpreendentemente, com o aumento no fluxo transportado de pessoas em ônibus coletivos, o comércio local apresentou considerável aumento de consumo e o município viu aumentar sua arrecadação.

Portanto, passa da hora de Três Lagoas discutir a mobilidade urbana e analisar a possibilidade de oferecer esse serviço de qualidade, estabelecendo duas ou três linhas experimentais que atenderão usuários desse importante serviço de integração social e econômica.