A dependência química seja ela por álcool, cigarro ou droga ilícita matou entre os anos de 2006 a 2010 40 mil pessoas no Brasil – uma média de oito mil mortes por ano – de acordo com o último levantamento realizado pelo DataSUS, do Ministério da Saúde, referente a este período. Com foco no tratamento destas pessoas e com atividades voltadas a terapias ocupacionais e orações, a Associação Nazarena Assistencial fundou há pouco mais de dois anos o Centro de Recuperação Nazareno.
Localizado no quilômetro 28 da rodovia federal BR-262, ainda em Três Lagoas, o Centro atende atualmente 25 pessoas com mais de 18 anos. O espaço, com ares de fazenda, é cuidado pelos próprios pacientes que lá residem. As atividades espirituais vão desde o culto até orações em particular. Já as ocupacionais, servem ao mesmo tempo para entretê-los física e mentalmente, como para a manutenção do Centro. “Os pacientes são responsáveis por tudo, o que eles comem, vestem até a limpeza da casa e a jardinagem são as atividades de responsabilidades deles”, explica o diretor do CRN, Maxson Dantas.
Ao contrário de uma clínica de recuperação, em que o paciente é levado por algum familiar e sua internação é forçada, no Centro de Recuperação, os pacientes chegam, muitas vezes, levados pela família ou sozinhos, e também encaminhados pelas igrejas, mas por vontade própria. “É necessário que o dependente tenha interesse em se recuperar. Ele não pode estar no Centro obrigatoriamente”, pontua Dantas.
O Centro conta com o trabalho de uma psicóloga e uma assistente social. Ambas desempenham trabalhos coletivos e individuais e em caso de acompanhamento médico, o paciente é encaminhado para a rede pública de Saúde. Vale ressaltar que aqueles que fazem uso contínuo de algum medicamento, os profissionais do Centro são responsáveis por medicá-los diariamente.
O paciente pode ficar até sete meses instalado no Centro e após esse período a expectativa é que consiga ser inserido novamente no mercado de trabalho e na sociedade. Alguns, como é o caso de Júnior Roberto, natural da cidade de Dourados, encerrou o tratamento e decidiu permanecer no CRN como voluntário.