Depois do recorde registrado em outubro, o mercado de empregos formais em Três Lagoas voltou a se estabilizar. Em novembro, o município foi responsável pela geração de 426 novos empregos com carteira assinada, número bastante diferente do registrado no mês anterior, 1,6 mil novos empregos, mas o suficiente para fazer com que o município permanecesse entre os líderes em geração de empregos em Mato Grosso do Sul.
Três Lagoas
Três Lagoas encerra novembro com saldo positivo de 426 novos empregos
Antes mesmo de fechar o ano, 2013 dobrou o número de postos de trabalho com carteira assinada
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no mês passado, foram registradas 2.632 admissões contra 2.206 desligamentos, o que rendeu a segunda posição no ranking – feito entre os municípios com mais de 30 mil habitantes. A primeira colocada foi Campo Grande, com saldo de 758 novos empregos diretos.
Por nível setorial, os dados do Caged mostram que a grande responsável pelo resultado registrado em novembro continua sendo a construção civil. O setor gerou, no mês passado, 491 novos empregos com carteira assinada no mês passado, e salvou o município de um possível saldo negativo que poderia ser gerado pelos resultados da agropecuária e de serviços. No primeiro setor, o de agropecuária, houve a demissão de 109 trabalhadores (217 admissões contra 326 desligamentos). Já o segmento de serviços fechou outros 77 postos de trabalho apenas em novembro.
A indústria da transformação, em contrapartida, fechou em alta. O setor empregou 123 trabalhadores a mais em novembro, quando foram registradas 625 admissões contra 502demissões.
ANO
Antes mesmo de fechar o mês de dezembro, o comportamento do mercado de empregos neste ano é quase três vezes superior ao registrado no ano passado. Enquanto que em 2012 inteiro foram gerados 2.932 novos postos de trabalho. Neste ano, já foram 7.149 novos postos de trabalho, o que equivale a 4,2 mil empregos a mais de um ano para outro.
Desse total, 5,7 mil novos empregos foram gerados apenas pela construção civil. Já a indústria da transformação foi o segundo principal setor gerador de empregos, com 950 novos postos de trabalho.
A agropecuária, embora em queda, teve um saldo positivo de 338 no acumulado desse ano e o comércio criou, de janeiro a novembro, o total de 155 novos postos de trabalho com carteira assinada. No acumulado do ano, apenas o setor de serviços fechou com saldo negativo: 33 postos de trabalho fechados.
O comportamento do setor, porém, foi questionado pelo economista Marçal Rogério Rizzo, doutor e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). De acordo com ele, o resultado mais que positivo pelo mercado três-lagoense neste ano deve-se à dois fatores: o funcionamento da Eldorado Brasil Celulose e as obras de construção civil da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III), da Petrobras. “Não faz sentido o setor de serviços estar em baixa. A criação de empregos fixos por uma empresa, a Eldorado, e a de temporários pela fertilizantes impulsionam outros setores, entre eles o de comércio e serviços. O que pode acontecer é que muitas empresas prestadoras de serviços são de fora, e o registro do funcionário ocorra pela matriz”, destacou.
Para o professor, essa oscilação na geração de empregos deve permanecer ainda em 2014, quando poderá ocorrer o processo de ampliação de pelo menos três gigantes da indústria (Eldorado, InternationalPaper e Fibria). Em seguida, deverá ocorrer uma estabilização, que, segundo ele, será positiva para o município.
“Com a[Fábrica de] Fertilizantes funcionando, haverá necessidade de profissionais fixos, ou seja, aqueles que se mudarão para Três Lagoas, instalarão residência aqui e farão a economia girar. O mesmo acontecerá caso essas indústrias sejam duplicadas. Isso, para o mercado local é muito bom, uma vez que o empresário local não terá mais oscilações. Por exemplo, o dono de restaurante saberá, exatamente, qual o número de clientes dele e assim poderá se planejar e investir sem medo”, destacou.