Com a construção civil aquecida, Três Lagoas liderou mais uma vez o ranking de geração de empregos do Cadastro de Empregados e Desempregados (Caged) em Mato Grosso do Sul. De acordo com dados divulgados nesta semana pelo Ministério do Trabalho, no mês de março o município foi responsável pela geração de 790 novos empregos com carteira de trabalho. No mês passado, foram 2.956 admissões contra 2.166 demissões.
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O resultado fez com que a cidade ficasse à frente, com certa distância, de Dourados, a segunda cidade com maior número de empregos gerados, onde ocorreram 486 contratações. Campo Grande ficou na quinta colocação, com 199 novas vagas.
O resultado de março também fez com que a cidade batesse o terceiro recorde consecutivo de geração de empregos. Em fevereiro, o município havia gerado 700 novas vagas. Deste mês para março, houve um incremento na criação de novos postos de trabalho de 12,8%. Tais resultados fizeram com que o município alcançasse, apenas no primeiro trimestre, o total de novos empregos lançados no ano passado. Em 2012, a cidade havia registrado 28.816 contratações contra 25.884 demissões, o que corresponde a um saldo de 2.496 novos empregos.
Já nos três primeiros meses de 2013, foram contabilizadas 9.134 admissões e 6.638 desligamentos, totalizando um saldo de 2.496 novos empregos. O resultado corresponde ainda a um aumento de 60,9%, quando comparado ao primeiro trimestre do ano passado. Entre janeiro e março de 2012, a cidade havia gerado 1.551 novos empregos formais.
SETOR
O principal responsável por este resultado, ainda segundo os dados do Caged, vem sendo a construção civil. Apenas no mês de março, o segmento contratou 624 trabalhadores (1.170 admissões e 546 demissões), Já no acumulado do primeiro trimestre do ano, foram 1.986 novos empregos gerados para atender ao setor. O resultado equivale a 75% do total de novas vagas do município.
Um dos motivos pode estar relacionado ao processo de implantação da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III), da Petrobras. O canteiro de obras da unidade, que deverá ser a maior da América Latina, emprega hoje mais de quatro mil trabalhadores, quadro que deverá chegar a dez mil operários até o final do ano.
POSITIVO
Para o economista Marçal Rogério Rizzo, professor doutor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), os resultados do Caged deste ano indicam uma constatação positiva: os novos empregos estão atendendo aos três-lagoenses. “No passado, quando as grandes indústrias estavam em construção, Três Lagoas já tinha um grande volume de empregos. Porém, como a maioria das empresas era terceirizada e de outras regiões, contratava-se também fora da cidade. Os dados do Caged divulgados agora mostram que são as empresas, que de fato estão implantadas aqui, que estão gerando empregos. Este é um dado muito interessante para a população”, explicou.
Em segundo lugar na geração de empregos, ficou o setor agropecuário. Apenas no mês de março foram 111 novas contratações, enquanto no acumulado do ano foram 370 vagas a mais, principalmente para atender ao setor florestal, que teve novo impulso com o início da operação da Eldorado Brasil.
A indústria da transformação aparece em terceiro lugar, com 79 novas vagas no mês de março e 187 no primeiro trimestre. O comércio, no entanto, sofreu novas perdas. Em março, 36 vagas foram fechadas. Já nos três primeiros meses do ano, foram 61 postos de empregos extintos no setor.
RANKING
O ranking leva em consideração os municípios do Estado com mais de 30 mil habitantes. Nesse universo, apenas três cidades sul-mato-grossenses fecharam o mês de março com saldo negativo: Corumbá (123 postos fechados), Paranaíba (58 vagas a menos) e Ponta Porã (37 empregos fechados).
Em todo o Estado, foram 3.638 novos empregos. A indústria da transformação foi responsável por mais de 50% das novas vagas, com a abertura de 1.753 postos de trabalho apenas em março.
