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Três Lagoas

Três Lagoas ocupa 2º lugar em homicídios de jovens

No ano de 2011, segundo dados do Mapa da Violência, 39 pessoas foram assassinadas no município

Três Lagoas é considerada a segunda cidade com a maior taxa de homicídios contra jovens em Mato Grosso do Sul. O ranking faz parte do estudo Mapa da Violência 2013 – Homicídios e Juventude, divulgado ontem, pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela).

Conforme o estudo, que leva em consideração o ano de  2011 – o Mapa da Violência sempre trabalha com dois anos de atraso, devido ao tempo para captar e analisar todos os dados -, a cidade registrou a morte violenta de dez jovens. O índice, embora tenha aumentado em dois casos em comparação ao ano anterior, mostra um recuo em comparação a 2009, quando 19 jovens foram assassinados no município. No entanto, quando comparada à população de jovens existentes no município naquele ano (18,5 mil, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE), o resultado fez ainda com que a cidade, que tem uma taxa de 53,8 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes e ocupasse a 235ª posição no ranking nacional do estudo.


Já nos homicídios em geral, a cidade cai três posições. Mas, ainda aparece entre as cinco mais violentos do Estado. Em 2011, 39 pessoas foram vítimas de homicídios no município, o que equivale a uma taxa de 37,7 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes. O levantamento também aponta uma queda em comparação ao ano de 2009, quando a cidade chegou a contabilizar 44 assassinatos. No ranking nacional, Três Lagoas ocupa a 306ª posição entre os municípios brasileiros com maior taxa de homicídio, enquanto que no Estadual, ocupou a 5ª posição.


Para o delegado Paulo Henrique Rosseto de Souza, os índices são elevados e preocupantes, embora a cidade ainda não esteja em um estado de alerta. “Quando se fala desse tipo de crime, é importante lembrar que um único homicídio já é considerado grave. Afinal, estamos falando de vidas. Mas, passando para o campo das estatísticas, esse resultado é considerado alto, sim, embora não seja absurdo, levando em consideração que, em sua grande maioria, há envolvimento com o tráfico de drogas”, completou.


Conforme o delegado, que responde interinamente pela Delegacia Regional, a Polícia Civil de Três Lagoas deu início a um estudo sobre o perfil dos crimes registrados no município neste ano. Em uma análise parcial, ele afirma que, também neste ano, é elevado o número de jovens vítimas de homicídios. 


“A maior parte dos crimes desse ano é de jovens, já por conta do envolvimento com as drogas. O que acontece, em muitos casos, é que esses jovens passam a pegar a droga para vender, não conseguem pagar a dívida e acabam sendo mortos pelos traficantes. O tráfico de drogas tem sido responsável pela maioria massacrante dos crimes”. 


De janeiro até ontem, a Polícia Civil de Três Lagoas havia registrado 12 homicídios, sendo nove deles no primeiro semestre – o que representa aumento em comparação ao mesmo período de 2012, quando a cidade havia registrado seis crimes dessa modalidade. “De fato, houve um aumento de um ano para o outro. Mas, tanto a Polícia Civil quando a Polícia Militar estão desencadeando ações de combate ao tráfico de drogas, cujos resultados deverão ser refletidos nos próximos meses, com a redução dos casos de homicídio”, informou Rosseto. Dos nove homicídios registrados no primeiro semestre, seis, segundo o delegado, foram solucionados.


Conforme levantamento feito pelo Jornal do Povo, em 2012, Três Lagoas registrou 22 homicídios – uma queda de aproximadamente 24% em comparação a 2011. Das vítimas, oito eram jovens com idade entre 20 e 29 anos e três vítimas não tinham completado 20 anos quando foram mortas. 
 
Ribas do Rio Pardo é a campeã em casos de homicídios no MS
O Mapa da Violência 2013 apontou ainda Ribas do Rio Pardo como a cidade com maior número de homicídios – proporcionalmente ao de habitantes. A cidade de 21,2 mil moradores em 2011, registrou naquele ano o total de 12 homicídios: mais que o dobro do registrado dois anos antes:  em 2009, foram contabilizados cinco casos. Esse aumento fez com que o município ocupasse a 117ª posição no ranking nacional, com uma taxa de 56,4 crimes para cada grupo de 100 mil habitantes.


Ribas é seguida por Maracaju, segunda colocada no ranking estadual e 203ª no nacional, com uma taxa de 47 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes. O município contabilizou 18 mortes naquele ano. Já Dourados, segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, ocupou a terceira colocação no ranking, com 90 homicídios em 2011. No quadro nacional, ela ficou na 217ª posição. 


Um dos destaques, porém, foi Ponta Porã que caiu da 100ª posição no ranking nacional do ano passado para a 322ª, neste ano. No ano de 2011, o município de 79,1 mil habitantes registrou 29 homicídios, contra 42 no ano anterior.


As cidades do Bolsão, Aparecida do Taboado e Paranaíba, também são citadas no estudo ocupando o oitavo e o 16º lugar no ranking, respectivamente. Aparecida, que possuía, em 2011, 22,6 mil habitantes, teve oito assassinatos. Já Paranaíba, com população de 40,3 mil habitantes, registrou 11 homicídios – taxa de 27,3 crimes para cada grupo de 100 mil habitantes.