Mesmo após a reforma trabalhista, Três Lagoas registrou mais de 1.600 acidentes de trabalho e casos de doença ocupacional no primeiro semestre desse ano. O número é superior em 10% se comparado ao ano anterior e tem feito com que o município ocupe a terceira posição do ranking de mais ocorrências em Mato Grosso do Sul.
De acordo com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), o setor industrial é o que mais registra acidentes na região. Foram 891 entre os meses de janeiro e junho, sendo, em média, 148 casos a cada 30 dias. Quanto às doenças, a ocupacional- desencadeada pelas características da atividade profissional – lidera com 728 trabalhadores.
Os reflexos da lei vigorada em 2017 foi tema de palestra na quinta-feira (28) por representantes do TRT e reuniu magistrados, advogados e estudantes de direito, em evento promovido em parceria com a OAB de Três Lagoas e a Universidade Federal.
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O desembargador Francisco Chagas, que também é diretor da Escola Judiciária, considera a quantidade de casos alarmante e avalia que um dos fatores se deve ao desemprego e ao trabalho informal. “Acredito que houve uma precarização dos direitos após a reforma. Quando há desemprego o trabalhador normalmente trabalha de forma informal e aí a possibilidade de denúncia do acidente fica diminuída. Além disso, as próprias condições que ele [trabalhador] se submete, pois, são menos favoráveis do que se tivesse trabalhando formalmente”.
