A população pode acompanhar,até mesmo pelo celular, os índices de qualidade do ar de Três Lagoas. A Rede Telemétrica, projeto piloto do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), está disponível pelo site oficial do órgão desde o dia 23 de dezembro e já conta com aplicativos que podem ser baixados por celulares ou tablets.
De acordo com a fiscal do Imasul, Délia Villamayor Javorka, o programa, pioneiro em Mato Grosso do Sul, foi disponibilizado no fim do ano passado após uma série de testes e ainda está em fase de testes para corrigir possíveis falhas.
No site do Imasul, ou no aplicativo, a população pode conferir, atualizado em tempo real, os dados captados por três estações de monitoramento da qualidade do ar, a da Fibria, situada na Escola Municipal Parque São Carlos; a da empresa Eldorado, na 1ª Delegacia de Polícia (outro extremo da cidade) e a do Imasul, no prédio do Erpe.
“A previsão, no entanto, é de ter cinco estações de monitoramento funcionando em Três Lagoas. Além dessas, a do Senai [Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial], a primeira estação de monitoramento instalada na cidade pela Termoelétrica da Petrobras, e a da Unidade de Fertilizantes, também da Petrobras, que está em fase de instalação no Centro de Educação Infantil Olga Salati Marcondes”, destacou.
De acordo com Délia, a expectativa do Imasul também é a de levar esse programa para outros municípios do Estado. “Três Lagoas foi a cidade piloto. Mas, a ideia é levar o projeto também para outros municípios que já tenham as estações”.
A fiscal explicou que o monitoramento da qualidade do ar é de responsabilidade do Estado. No entanto, como depende de um investimento muito alto, uma estação de tratamento custa em torno de R$ 1 milhão, o Imasul entendeu que uma das alternativas seria de condicionar às empresas a instalação nos processos de licenciamento ambiental. Foi o que aconteceu em Três Lagoas, onde a exceção da estação do Imasul, adquirida através de um termo de cooperação entre o instituto e a Eldorado Brasil.
FUNCIONAMENTO
As estações de monitoramento, explicou, tem capacidade para aferir a quantidade de até sete componentes no ar. Entre eles, ozônio, monóxido de carbono, dióxido de enxofre e partículas (poeira). A intenção é instalar também a medição de amônia. “Para nós, o interessante é que, se houver alguma mudança em uma dessas estações, como elas possuem raio de abrangência, há como tomar as medidas necessárias”.
Embora a preocupação de muitos moradores seja com as grandes indústrias, Délia alerta para um vilão da qualidade do ar bem menor em tamanho, mas grande em quantidades: os carros. “Quase ninguém se lembra das emissões veiculares e nós temos uma frota enorme em Três Lagoas”.
DADOS
A equipe de reportagem do JP testou. Às 18h de ontem, o índice de monóxido de carbono, um dos gases emitidos pelos veículos, estava em 14, na estação da 1ª DP, o que é considerado bom. O índice mais elevado foi o dióxido de enxofre, 20, mas também não apresentava risco.. Os dados da estação do bairro São Carlos não estavam disponíveis porque a estação está em manutenção. “Esses índices variam muito dependendo da hora e do local. Por exemplo, na estação da Fibria, é comum a alteração no índice de partículas, que é poeira, devido ao número de ruas não pavimentadas naquela região. Na do Imasul, nos horários de pico, o de monóxido de carbono apresenta diferença”.
As estações de monitoramento foram instaladas em locais estratégicos da cidade, detectados através de estudos. Para ter acesso à Rede Telemétrica, basta acessar http://ar.imasul.ms.gov.br/ e, na lateral esquerda, clicar no ícone monitoramento ambiental.