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Editorial

Uma dispensável polêmica pública

Confira o Editorial na versão impressa do Jornal do Povo deste sábado nas bancas

A Prefeitura de Três Lagoas não precisava passar pelo desgaste enfrentado há mais de um ano com a insistência do comando da Polícia Rodoviária Federal em construir uma sede na orla da Lagoa Maior – o principal cartão postal da cidade. O imbróglio em que se transformou o caso demonstra, apesar de não ser verdade, a impotência do município em dar uma definição ao caso. A PRF insiste e vai acabar concluindo a obra, até o final deste ano, independentemente da vontade do poder público local.
O administrador responsável pela autorização da construção, que teve diversos episódios de dúvida de ter sido ou não autorizada pela prefeitura, ninguém sabe. Ou, está bem escudado em uma fatia de lei que autoriza a ocupação do espaço público abundantemente definido como área de preservação ambiental, monumento natural ou coisa parecida, mas que, principalmente, é impróprio para a instalação de uma unidade policial que, por essência, deve funcionar em margens de rodovias, nunca dentro de cidades, onde não há função entre suas atribuições, além da questão levantada por comerciantes a respeito do espaço físico necessário para, por exemplo, manobras de veículos apreendidos. Por exemplo, onde, na Lagoa, a PRF vai estacionar carretas apreendidas com bandidos?
Independentemente de todos esses fatores, pesa muito na polêmica a disputa de documentos e leis, em que a PRF afirma que é tudo legal, mesmo tendo “herdado” a área de um terceiro, iniciado a obra sem alvará e de ocupar um lote turístico, impróprio para sua atividade e que desagrada quem paga impostos e sustenta a administração pública da cidade. 
O cidadão comum quer ver suas autoridades mais presentes e atuantes, porque ninguém vai a Campo Grande ou a Brasília cobrar as autoridades de lá. A ausência da prefeitura no caso, neste momento, gera o desgaste citado no início deste texto. E isto também vale para a Câmara de vereadores. A falta de ações políticas que pudessem evitar tudo isso ou a defesa da proposta de permuta do prédio com outra sede precisam ser avaliadas.