Em Três Lagoas, 12 motoristas reprovaram em testes toxicológicos somente neste ano. O uso de drogas foi identificado em exames feitos em laboratórios credenciados ao Detran (Departamento Estadual de Trânsito). A lei que exige o exame está em vigor desde 2016 para motoristas de caminhão, carreta e ônibus, em Mato Grosso do Sul. No Estado, 30 condutores não passaram na avaliação.
A obrigatoriedade do exame toxicológico para os processos de renovação, reabilitação, adição e mudança de categoria da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) nas categorias C, D e E passou a valer no estado após determinação judicial.
Por ser o principal polo industrial do estado, motoristas de diversas regiões se concentram em Três Lagoas em busca de emprego e melhores salários. Para alguns, o problema do exame está no valor, que atualmente chega a R$ 400. Outros apontam a importância deste tipo de teste apontando riscos nas estradas pelo fato de muitos condutores usarem entorpecentes nas estradas.
SEGURANÇA
“Uma vida não se apaga. Por isso, é de extrema importante fazer o exame para garantir mais segurança para quem vive na estrada. Acho que ajuda e muito. Às vezes, famílias são destruídas por conta de acidentes que poderiam ser evitados. E precisamos pensar nisso”, declarou o caminhoneiro Diego José, que trabalha na área há mais de cinco anos. Para Deivison Oliveira, que é motorista, o custo do exame é alto, porém, válido. “Apesar do custo extra no bolso, acho que ajuda na segurança contra acidentes nas rodovias. Sei que tem muitos motoristas que ainda fazem o uso de drogas nas estradas, no entanto, o teste é uma alternativa para a prevenção”, disse.
BALANÇO
De acordo com o balanço, entre os meses de janeiro e dezembro do ano passado, foram feitos quase 2 mil exames toxicológicos em Mato Grosso do Sul, sendo 400 deles em Três Lagoas. O exame consegue detectar substâncias como cocaína, crack, maconha, anfetamina e suas derivações dentro de 90 dias.
O teste deve ser realizado por laboratórios autorizados pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), que coletam materiais biológicos, como cabelos, pelos ou unhas. No mês de junho, o presidente Jair Bolsonaro entregou um projeto de lei para acabar com o exame à Câmara do Deputados. Entre as justificativas, estão o preço e a confiabilidade. O projeto ainda não foi votado.