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Editorial

Vacinar, mais

Leia o editorial do Jornal do Povo da edição que circula neste sábado (03)

Leia o editorial do Jornal do Povo da edição que circula neste sábado (3) - Arquivo/JPNews
Leia o editorial do Jornal do Povo da edição que circula neste sábado (3) - Arquivo/JPNews

A notável frase, vacina é no braço, soa como um desafio aos gestores da saúde pública. Quem observa o processo de vacinação em Três Lagoas fica intrigado quando fica sabendo que quase mil e quinhentas vacinas da Coronavac foram devolvidas para a Secretaria de Saúde do Estado, mesmo sabendo que outras de farmacêuticas diferentes em igual número foram repostas.

Mas porque foram devolvidas? Deveriam ou não ser aplicadas, se aqueles que deveriam tomar a segunda dose não compareceram nos postos de saúde? Será que não está faltando mais empenho e campanha de esclarecimento sobre a importância de se vacinar. Por que não informar que qualquer vacina proporciona a imunização contra o vírus Covid-19, mesmo sabendo que um índice bem pequeno de vacinados teve a infelicidades de serem infectados e alguns vieram a óbito?

É certo, que muitas pessoas, independentemente do grau de escolaridade, estão incrédulas quanto aos reais benefícios de qualquer vacina e relutam em tomá-la. Essa circunstância decorre de um processo desgastante e politizado, colocado em prática por quem em vez de liderar teima em não usar máscaras, além participar de inúmeras aglomerações de pessoas pelas cidades brasileiras. Suscitar dúvidas em pessoas desavisadas ou que acham que devem seguir a orientação de quem contesta medidas sanitárias e os seus benefícios, além de defender a não obrigatoriedade de se vacinar é mais do que deplorável, pois contraria a dignidade humana.

É muito triste saber que ultrapassamos a casa de mais de quinhentas mil mortes. Diariamente, em média, quase duas mil pessoas morrem de Covid-19 no país, seja porque não reagiram, seja pela falta de assistência adequada, ou ainda, em lugares que o atendimento médico hospitalar não ocorre no devido tempo. O processo de vacinação está lento, embora Mato Grosso Sul esteja na liderança dos Estados que mais vacinam proporcionalmente sua população. Mas, sem querer lançar dúvida quanto ao critério de distribuição de vacinas para o interior do Estado, uma circunstância chama a atenção. Campo Grande está a todo o vapor e adiantada no processo de vacinação, uma vez que já está vacinando crianças e jovens entre 12 e 17 anos portadores de comorbidades.

Certamente, só por essa constatação Três Lagoas precisa estabelecer um ritmo mais acelerado nesse processo vacinal e até mesmo reivindicar da Secretaria de Saúde estadual mais vacinas, considerando que somos a terceira cidade em população de Mato Grosso do Sul e nossos hospitais estão no limite de suas capacidades de atendimento.