Vice-presidentes do Misto afirmaram ontem desconhecer a ameaça de renúncia de parte da diretoria do clube, como admitido anteontem à reportagem pelo presidente Jamiro Rodrigues. “Não estava sabendo disso [da crise] e também não sei por qual motivo está acontecendo”, disse um dos três vice-presidentes, Sávio Bernardes.
“Foi o Miro que me convidou para assumir a vice-presidência e devo continuar”, acrescentou, com elogios ao trabalho desenvolvido por Rodrigues em pouco mais de um mês no cargo. “Considero-o uma pessoa batalhadora. E, se o time ainda existe, ele tem uma parcela de contribuição”, afirmou Bernardes.
Apesar do apoio e da promessa de permanência no cargo, o vice admitiu que a diretoria precisa de “nomes mais representativos” para que o time “volte a ser o que era antes”, em referência à saída do ex-presidente Antônio Carlos Teixeira no final do primeiro semestre.
Outro vice-presidente do clube, Gerson de Souza, também alegou desconhecer a saída dos dirigentes e afirmou que pretende seguir no cargo. “Irei continuar porque o Misto é maior que essas picuinhas. Temos que pensar em nome da entidade. Eu gosto do Misto e vou estar aqui pronto para ajudar sempre que precisar”, frisou.
A crítica teve endereço certo. ”Marcamos uma reunião mês passado e quase ninguém compareceu. Esses diretores que dizem que vão sair são os que não participam, quase nunca estão presentes”, finalizou.
O terceiro vice, Almir Altran, foi procurado ontem pela reportagem, mas não retornou recados.
CASO
Desde 17 de agosto, o até então vice-presidente Jamiro Rodrigues assumiu a diretoria, após a saída de Teixeira. A transição levou 118 dias. Teixeira entregou uma carta de renúncia no dia 20 de abril, com alegação de falta de apoio e de recursos para manter a equipe em atividade. Hoje, o Misto não possui definição de qual campeonato disputará para tentar retornar à elite do futebol de Mato Grosso do Sul.