O vigilante Moacir de Paula Camargo, apontado pela polícia como suspeito de efetuar disparos contra um colega de trabalho, se apresentou na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) e confessou o crime. O fato ocorreu no sábado (26), dentro de uma escola pública municipal. O colega de serviço Rodrigo Santos Fonseca, de 45 anos, foi atingido por três disparos de um revólver calibre 38 e morreu, na madrugada desta quarta-feira (2) após ficar internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Auxiliadora.
Durante depoimento à Polícia Civil, Moacir confessou que atirou contra o colega de serviço após uma discussão. Segundo ele, a briga foi motivada por um molho de chaves de diversas portas de salas de aula da escola. Na ocasião, Rodrigo teria partido para cima de Moacir dando socos e chutes.
De acordo com o boletim de ocorrência, Rodrigo Santos Fonseca teria trabalhado aquela noite de vigia noturno na escola e Moacir estaria de folga. Porém, foi até o local para questionar sobre as chaves quando, segundo ele, houve a luta corporal. Ainda em depoimento, Moacir teria relatado que após o colega de trabalho partir para cima, ele sacou o revólver e pediu para Rodrigo se afastar. Mas a vítima não se afastou o que acabou provocando os disparos.
Moacir de Paula Camargo relatou efetuou os disparos, mas não teria visto onde a vítima foi atingida. Disse ainda que a intenção era se defender. Uma testemunha ocular relatou que Rodrigo estava desarmado e foi pego de surpresa por Moacir ao deixar o plantão.
Questionado sobre a arma, Moacir disse que teria comprado o revólver após impedir alguns marginais de furtar fios elétricos na escola e desde então estar sofrendo ameaças de morte dos bandidos. Após se apresentar acompanhado de um advogado, prestar depoimento e entregar a arma utilizada no crime, Moacir foi liberado por não estar mais no período de flagrante.
Entenda o caso
Rodrigo Santos Fonseca chegou a ser resgatado com vida no dia do crime, mas devido a gravidade dos ferimentos não conseguiu contar sua versão. As únicas palavras da vítima aos socorristas do Samu e a Polícia Militar, eram para que não deixassem ele morrer, pois tinha uma família para cuidar.
Uma testemunha ocular que presenciou toda a discussão entre os dois, relatou à Polícia Militar que Rodrigo havia sido pego de surpresa por Moacir no portão da escola e que após uma breve discussão, o suspeito sacou o revólver e disparou. A vítima teria tentado correr, mas devido aos ferimentos, caiu em um corredor, onde aguardou pelo socorro.
Após ser resgatado pelo Samu, Rodrigo foi levado para o Hospital Auxiliadora, onde passou por cirurgia e acabou tendo complicações. No boletim de ocorrência consta que ele morreu de choque hemorrágico, lesão hepática grave, insuficiência hepática e injúria renal aguda.
O caso que teria se iniciado como uma tentativa de homicídio simples (tipificação penal) prevista na lei, agora será tratada como homicídio e a 3ª Delegacia de Polícia Civil irá conduzir o inquérito.