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Três Lagoas

Violência contra professores é tema de audiência

A 14ª semana Nacional em Defesa da Educação Pública da Confederação Nacional é organizada pela Fetems

Audiência aconteceu na Câmara Municipal de Três Lagoas -
Audiência aconteceu na Câmara Municipal de Três Lagoas -

O Sinted (Sindicato dos Profissionais da Educação) e professores da rede pública de ensino lotaram a Câmara Municipal de Três Lagoas ontem (24) na intenção de discutir a violência contra professores. A 14ª semana Nacional em Defesa da Educação Pública da Confederação Nacional é organizada pela Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul).

No entanto, o enfoque à audiência foi diferente do que foi dado pela Federação. Enquanto esta última discutia a implantação do piso nacional, a mobilização de Três Lagoas reuniu representantes do Conselho Tutelar, Ministério Público, Polícia Militar e Civil, Conselho Municipal de Educação, Secretaria Municipal de Educação e professores que levantaram questionamentos referentes à segurança dos professores e à violência verbal e física que tem acontecido com frequência nas escolas municipais.

“Estamos tirando do contexto da educação a questão financeira, porque reconhecemos que a violência dentro das unidades escolares também deve ser um tema discutido com seriedade”, explicou a presidente do Sinted, Maria Diogo.


De acordo com ela, o número de professores agredidos cresce vertiginosamente, portanto, é preciso ter em mente a necessidade de avaliar em conjunto o tema proposto e não permitir que o assunto caia no esquecimento. “É inadmissível que um professor leve uma cadeirada de um aluno, como aconteceu recentemente em Três Lagoas. Precisamos agir”.


Na próxima semana, o Sindicato inicia um trabalho de pesquisa que potencializará a criação de um projeto de lei que resguarde os direitos dos profissionais da educação.


“Percebemos que as agressões verbais são cotidianas em todas as áreas. Só de 2007 para cá é que a nossa assessoria jurídica começou a ser acionada por muitos professores que caíram na esfera judiciária por conta desses problemas. Precisamos ter em mãos uma pesquisa bem elaborada que revele dados de faixa etária de alunos e índices de situações de violência especificamente em Três Lagoas”, revelou Maria.

Já a presidente do Conselho Municipal de Educação e assessora da Secretaria de Educação e Cultura, Elaine Sá, acredita que a solução do problema deve extrapolar os limites de debates e sair do papel.


“Nada entre quatro paredes vai para frente. Temos que trazer soluções, pois reconhecemos que os problemas existem. Agora, é necessário nos organizarmos e darmos continuidade, afinal, a educação é um tripé no qual, juntos, caminham os trabalhadores em educação, a sociedade e os governantes, se houver falha em qualquer um destes setores o restante tende a cair”, afirmou Elaine.

O Secretário de Educação, professor Mário Grespam, usou a tribuna para chamar atenção em relação ao problema. No entanto, frisou que os pais também devem estar atentos à situação escolar de seus filhos, já que os professores têm trabalhado com o medo e sob pressões psicológicas.


“Nosso objetivo é reverter problemas como este, porém não queremos tratar da violência como ela é tratada nos meios de comunicação, mas alertar à população referente ao problema e ir mais fundo nos motivos pelos quais elas acontecem, envolvendo a família para que participe e também se responsabilize pelos atos de suas crianças”, concluiu o secretário.