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Três Lagoas

Vítima de violência estão deixando de procurar ajuda

De janeiro a junho, 150 mulheres foram atendidas pela entidade, contra 243 registros no mesmo período de 2012

Sheila Regina, coordenadora do Cram -
Sheila Regina, coordenadora do Cram -

Dados do Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram) apontam queda de 62% no número de atendimentos oferecidos a mulheres vítimas de violência doméstica, neste semestre na cidade. De acordo com as estatísticas de janeiro a junho, 150 mulheres foram atendidas pela entidade, contra 243 registros no mesmo período do ano passado. Em 2012, o mês de fevereiro, com 49 registros, foi o que teve maior número de ocorrências, já o mais tranquilo foi março com 33 atendimentos. Entretanto, segundo a coordenadora do Cram, Sheila Regina dos Santos, a queda no número de atendimentos na instituição não significa que a violência doméstica esteja diminuindo, em Três Lagoas. Ela explicou, que as mulheres ainda têm muita vergonha, receio e até mesmo medo de procurar ajuda. 

Para ir ao encontro do público-alvo, conforme Sheila, a equipe técnica do Cram formada por uma psicóloga e uma assistente social tem capacitado as agentes comunitárias para que elas possam ser multiplicadoras do trabalho oferecido pela entidade. “As agentes acompanham a maioria das mulheres no seu dia a dia, por isso, elas podem ser um elo entre Cram e comunidade e, assim, divulgar o trabalho do centro de referência prestado em prol das mulheres vítimas de violência doméstica”, explicou. E continuou: “Nossa equipe não realiza busca ativa, a vítima tem que procurar a instituição por vontade própria. Por isso, a importância da divulgação dos atendimentos prestados pelo Cram”, pontuou.


O Cram é composto por uma equipe de advogados, assistentes sociais e psicólogos. Estes profissionais oferecem as vítimas esclarecimentos sobre os tipos de violência existentes e, principalmente, que eles não se resumem apenas à agressão física como também a psicológica (ofensa), patrimonial (divisão de bens), moral e sexual. Além de, dar orientações jurídicas sobre os direitos da vítima no caso de divórcio ou separação.


No órgão a vítima também pode requerer passagem para sua cidade de origem, caso a família, more em outro município, além de conseguir abrigo em Campo Grande, quando a agredida queira sair de casa. Na visão de Sheila, estes serviços oferecidos pelo Cram beneficiam as mulheres violentadas, e até mesmo auxiliam no encorajamento delas em denunciar os agressores.


LIGUE 180
O Ligue 180 é um serviço de atendimento telefônico gratuito da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) criado com o objetivo de disponibilizar um canal para que a população, principalmente as mulheres, possa se manifestar acerca da violência doméstica. O foco do atendimento é acolher, orientar e encaminhar a vítima para os diversos serviços da Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres em todo o Brasil.