Alguns dizem que já presenciaram. Outros garantem que conhecem alguém que já teve a experiência de ver ou ouvir algo sobrenatural. E quando se está falando de lobisomem? Em Três Lagoas, muitos contam “causos” sobre supostas aparições do “bicho”, que se perpetuam de geração em geração. “Até hoje fico ressabiado, principalmente quando estou sozinho, em algum lugar escuro. Ainda mais se for de madrugada, e piora se é período de quaresma”, declarou o mecânico Diogo Marques, que tem 36 anos e diz que ouviu relatos da avó – que já falecida – sobre ataques de lobisomem na cidade.
E o assunto gerou tanto temor e pânico entre moradores que parece ter deixado de ser lenda urbana e ganhado repercussão na mídia. Até em rede nacional!
Um ex-jogador de futebol contou que ouviu um rosnado no mato e foi perseguido pelo bicho, no bairro Vila Haro.
“Era um vulto de aproximadamente 1,5 metro com uma corcunda, que estava de costas para mim. De repente, ele se virou e fez menção de vir em minha direção. Eu joguei nele um tijolo e saí correndo, olhando para trás. Ele veio atrás de mim saltando feito coelho. Os dois olhos vermelhos se destacavam no escuro. Ao chegar em uma rua iluminada, o bicho parou e foi cercado por cachorros”, disse Wilson Dourado de Paula, conhecido como “Bico”, à reportagem, em 18 de março de 1995. E reforçou: “não tenho o menor interesse de chamar a atenção e nem peço que alguém acredite em mim”.
Além da Vila Haro, também houve relatos de casos parecidos no bairro Parque São Carlos. Mas, em uma semana, o lobisomem se deslocou para o outro lado da cidade, onde fez mais vítimas. Vila Piloto, Vila Alegre e bairro Paranapungá entraram na lista dele.
Uma moradora contou que o lobisomem matou galinhas, porcas e ela chegou a ver o “bicho estranho” no quintal.
Na Vila Haro, ele teria tentado entrar em uma casa onde havia uma família e o suposto alvo era um recém-nascido. O período era de quaresma e os moradores alegam que o animal queria a criança. Não se sabe por que não invadiu a casa.
AS PEGADAS
Os fatos foram até mesmo parar em um programa exibido pela TV Globo em rede nacional, porque houve até quem encontrou pelos estranhos enroscados em uma cerca após um suposto ataque.
A pelagem foi até recolhida por veterinários e mandada para um laboratório em São Paulo (SP) para exames. Laudo? Bom, até hoje ninguém sabe ninguém viu o resultado. O importante, segundo o mecânico Diogo, é manter a cultura popular na memória e passar para filhos, netos etc.
Há não apenas pelos do lobisomem, mas até mesmo rastros dele fotografados por "caçadores de aventuras". As pegadas eram bem diferentes das de animais domésticos – afirma quem garante ter visto. Também houve casos de moradores que colocaram facas de cozinha em forma de cruz porque, conforme disseram, funciona para afastar lobisomens.