Casos de leishmaniose visceral em cães preocupam moradores, em Três Lagoas. A auxiliar de enfermagem Jeani Lenin, por exemplo, mantém a cadela de estimação “Pipoca” em tratamento há, pelo menos, dois anos. O animal chegou a ficar internado, fez uma série de exames e emagreceu 6 kg. “A partir do momento em que o veterinário confirmou que a cachorra estava com leishmaniose iniciei o tratamento e até hoje é preciso cuidados especiais”, contou. Já a vizinha, a dona de casa Patrícia Alves, afirma que o seu cão foi diagnosticado com a doença neste ano.
O animal entrou para as estatísticas do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Três Lagoas. Somente neste ano, 689 casos de cães com leishmaniose visceral foram registrados das 1.805 coletas de amostras de sangue realizadas em exames pelo CCZ. Os bairros da cidade com mais cães infectados são Jardim Oiti e Jardim Primavera, segundo informou a Diretoria de Vigilância em Saúde e Saneamento.
COMBATE
“Realmente é um número preocupante. A cidade é endêmica para a doença e vamos sempre conviver com leishmaniose. É importante ressaltar a prevenção e que os proprietários coloquem a coleira antileishmaniose. Também devem manter os quintais limpos, livres de matérias orgânicas e entulhos para que não haja os criadouros dos mosquitos flebótomos”, avaliou a diretora interina de Vigilância em Saúde e Saneamento, Geórgia Medeiros de Castro.
Ela explica que o setor tem intensificado ações de enfrentamento à doença. Equipes da Vigilância em Saúde vão até os pontos onde foram identificados os casos de infestação de leishmaniose e instalam as armadilhas CDC (Centers for Disease Control), por exemplo, para o monitoramento dos flebótomos ou mosquito-palha. “Essa é uma das alternativas para controlar a doença assim como a borrifação de inseticida feita pelo Setor de Endemias e as coletas de amostras de sangue dos cães para a leishmaniose”, explicou o Medeiros.
DOENÇA
A leishmaniose é uma doença parasitária, transmitida pela picada do mosquito-palha, quando infectado. O cão pode ser o hospedeiro do parasita e a doença se manifesta de várias maneiras, entre elas, a cutânea (feridas na pele) e a visceral que ataca os principais órgãos internos do animal. É uma doença não contagiosa. A transmissão ocorre somente através da picada do mosquito fêmea e os principais sintomas são: indisposição, anemia, febre, perda de peso e inchaço no baço, fígado e gânglios linfáticos.
Neste ano apenas um caso de leishmaniose visceral em humano foi registrado. A vítima apresentou os sintomas da doença em outubro de 2019, mas o resultado positivo foi confirmado em janeiro deste ano. A paciente foi medicada e curada da doença.