Uma tendência que vem surgindo com a retomada da criação de vagas formais é a de pessoas que deixam seus empregos por vontade própria. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho, entre janeiro e agosto, 2,253 milhões de brasileiros pediram demissão de forma espontânea. O número representa 23% do total de desligamentos registrados no país nesse período.
Nesse ano, houve um pequeno aumento quando se compara com o ano passado. Entre janeiro e agosto de 2017, 21% dos trabalhadores pediram demissão espontaneamente.
De acordo com o professor do Insper Sergio Firpo, entrevistado pelo ‘G1’, a demissão por vontade própria costuma acompanhar os movimentos de melhora e piora do mercado de trabalho. Nos períodos em que o Brasil gerava muitas vagas de trabalho, a demissão espontânea chegou a representar 30% dos desligamentos registrados. Com a crise, ela caiu para 20%.
“Inicialmente, quem costuma se beneficiar com esse tipo de movimento é aquele trabalhador mais qualificado. Não é necessariamente aquele trabalhador com mais qualificação formal, mas aquele que entende muito do trabalho que faz”, afirma ao G1, Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas.
Entre os fatores que podem ter ajudado a aumentar os pedidos de demissão espontânea, estão as regras mais rígidas para usufruir do auxílio-desemprego. Até 2015, bastava ter trabalhado seis meses em alguma empresa que o benefício já poderia ser solicitado. Com as mudanças, o primeiro pedido só pode ser realizado após 18 meses de trabalho.
(m de mulher)