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Estudo diz que crianças menores são menos afetadas por divórcio dos pais

Trabalho analisou o impacto da separação de acordo com a faixa etária dos filhos e notou que os mais velhos podem sofrer mais efeitos negativos.

Estudo diz que crianças menores são menos afetadas por divórcio dos pais

Para uma criança, pode ser mais difícil passar pelo divórcio dos pais depois dos sete anos de idade. Foi o que descobriu um novo estudo da University College London, na Inglaterra, feito com mais de 6.400 crianças. Cerca de 1.300 delas passaram por uma separação familiar entre o terceiro e o 14º aniversário.

O grupo faz parte de um estudo maior, que acompanhou por 18 anos a geração nascida entre os anos 2000 e 2001. Assim, os pesquisadores conseguiram examinar dados completos de saúde mental em momentos distintos da vida: aos 3, 5, 7, 11 e 14 anos. A análise incluiu questões emocionais, como mau humor, desânimo e ansiedade, e comportamentais, como desobedecer ou fazer birra.

Crianças cujos pais se separaram mais cedo, entre 3 e 7 anos, não apresentaram risco maior de problemas psicológicos se comparadas com as que não viveram o divórcio. Já os participantes mais velhos, que experimentaram a mudança entre os 7 e 14 anos, tinham em média 16% mais alterações emocionais, além de 8% a mais de incidências de mau comportamento em curto prazo.

Mais conscientes das mudanças

Em comunicado à imprensa, a pesquisadora Emla Fitzsimons, uma das autoras do estudo, explicou que um dos objetivos do trabalho é entender o papel do divórcio no aumento dos problemas de saúde mental entre adolescentes. “O trabalho mostra que a separação tardia pode ser prejudicial, enquanto a que ocorre mais cedo não”, declarou.

Uma das possíveis razões para essa diferença é que crianças mais velhas são mais sensíveis às alterações nas dinâmicas de relacionamento. “E o divórcio pode ter impacto maior na vida escolar e no convívio social nessa etapa da infância”, completou Emla. Como o estudo é robusto, foi possível também analisar outras variáveis, incluindo a saúde mental dos pais e a condição financeira da família.

Os pesquisadores descobriram, por exemplo, que os problemas comportamentais foram mais observados em meninos, enquanto os emocionais foram vistos em ambos os gêneros. Outro achado é o de que a situação socioeconômica não faz tanta diferença aqui: crianças com melhores condições de vida estavam tão sujeitas a serem impactadas negativamente pelo divórcio quanto os menos favorecidos.