Havia um “costume” na imprensa brasileira que o Jornal do Povo assumiu como efeito da época de sua criação em retratar a vida de homens públicos. E ninguém melhor que o prefeito da cidade para figurar a primeira página do jornal e, ainda, ostentando um luxo: a reportagem foi publicada com fotografia – algo incomum porque a produção de imagens era absolutamente artesanal.
Em sua edição de 26 de junho de 1949, o Jornal do Povo destacou exatamente a obra que marcou a administração do prefeito Marcolino Carlos de Souza – a solução do abastecimento de água na cidade de, então, 15 mil habitantes. E, principalmente porque Marcolino abandonou a modéstia que marcava seu estilo de governar e reivindicou a obra pessoalmente ao presidente da República, Eurico Gaspar Dutra.
“Eleito prefeito de Três Lagoas, Marcolino Carlos de Souza conquistava a oportunidade de reafirmar as suas qualidades de político, no melhor sentido do termo, já agora em circumstancias favoraveis á revelação das duas aptidões, do seu tino e visão administrativos.
O amor á terra, o sentimento de solidariedade com a sua gente, o proposito de trabalhar pelo seu engrandecimento, vieram afinal, encontrar o ensêjo de anima-lo numa obra a tanto tempo desejada.
A sua gestão, a despeito dos embaraços naturais, recomenda-se, sobretudo, pelo acêrto e a lisura das iniciativas, todas elas inspiradas na preocupação de assegurar ao município condições de via mais satisfatórias.
O problema do abastecimento de água, para citar um exemplo do seu empenho em atender as necessidades locais, levou-o até o Presidente da Republica, num esforço louvavel, visando conseguir a solução do assunto.
Sem duvida, estas referências ao operoso prefeito de Três Lagoas, estão ferindo a sua conhecida modestia. Tinhamos de fazê-las, no entanto, ainda que, apressadamente, sem assinalar tantos outros traços marcantes da sua figura politico e de administrador.
Era um dever que o Jornal do Povo havia de cumprir, embora contrariando aquele a quem deve se aparecimento e o faz exatamente na ocasião em que S.S. Encontra-se ausente de sua jurisdição tratando do trancedental problema da água encanada para nossa cidade.”
A reprodução de parte do texto manteve a grafia da época.