Um novo software e aplicativo de celular permitem a pacientes e médicos monitorarem melhor o tipo mais comum da doença, a hemofilia A. “O pilar do tratamento é a reposição do fator VIII recombinante de coagulação, fornecido pelo Ministério da Saúde a toda pessoa cadastrada”, esclarece Margareth Ozelo, hematologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Para calcular a dose, é preciso checar o tempo de ação do fator VIII no organismo. Normalmente, essa verificação exige 11 coletas de sangue em diferentes horários. Com o myPKFit, software lançado pela companhia de biotecnologia Shire, duas amostras são o bastante para o médico orientar os intervalos em que o paciente deve fazer as aplicações.
O indivíduo, por sua vez, acompanha por meio de gráficos os momentos em que seu organismo está menos protegido e, portanto, mais suscetível a sangramentos. Pode evitar, assim, fazer atividade física num momento de baixa do fator de coagulação, prevenindo hemorragias internas.
O que é a hemofilia
Hereditário em 70% das vezes, o distúrbio se caracteriza pela dificuldade ou incapacidade de coagulação do sangue.
Prevalência: dados de 116 países em 2017 indicam que 196 mil pessoas apresentam hemofilia, sendo que 158 mil têm o tipo A.
Sintomas: sangramentos prolongados, espontâneos ou após traumas, hematomas e demora na cicatrização.
Diagnóstico: a confirmação da doença é feita por meio de coagulograma e da dosagem da atividade coagulante.
Tratamento: o principal pilar é a reposição do fator da coagulação – VIII na hemofilia tipo A e IX na hemofilia B.
Cuidados: atenção na higiene bucal, na vacinação, nos procedimentos invasivos e com alguns remédios contraindicados.
App em ação
1. Para começar
O profissional de saúde pede acesso ao software pelo e-mail [email protected]. Para usar o aplicativo no celular, basta baixá-lo na loja de downloads.
2. De um lado…
O médico simula diferentes dosagens e intervalos de infusão e visualiza gráficos de até duas semanas da ação do medicamento.
3. …e do outro
O paciente informa eventuais sangramentos, registra as infusões realizadas e relata situações que impactam no tratamento.
Fontes: Manual de Hemofilia do Ministério da Saúde 2015 e World Federation Hemophilia Report 2017