Café da manhã, almoço e jantar, além de um lanchinho leve no meio da manhã e outro no meio da tarde, são as refeições indicadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pela maioria absoluta dos especialistas em nutrição. Mas e aquela vontade irresistível de dar uma beliscadinha – ou beliscadona – entre o lanche e a refeição, como fica?
Se for raríssima e rolar muito de vez em quando, tudo bem. Mas se for algo repetitivo, que acontece sempre que aumenta o estresse ou quando há uma mágoa a ser afogada, por exemplo, é preciso ficar atenta: são altos os riscos de ser um caso de fome emocional, o que não é nada legal.
A busca incessante por conforto na comida faz com que a pessoa coma mais do que seu corpo precisa, o que pode levar a problemas de saúde como o descontrole do colesterol e o diabetes. “É necessário mudar esse gatilho mental, pois comida não é calmante e não deve ser uma válvula de escape”, afirma a nutricionista especialista em obesidade Gladia Bernardi, autora do livro “Código Secreto do Emagrecimento”.
Além disso, quando não é levada a sério, a fome emocional pode evoluir para o TCA (transtorno compulsivo alimentar), caracterizado pela ocorrência de uma vontade incontrolável de comer muitas vezes ao dia ou em quantidades gigantes a cada refeição ou lanche. Para ser considerada TCA, a situação deve se repetir pelo menos uma vez por semana ao longo de três meses.
O ideal é tratar a raiz do problema para conseguir comer de forma adequada e saudável. Com a ajuda de Gladia, da nutróloga Nathalia Duarte (do Instituto Lerner) e da coach Marina Weisshaupt (também do Instituto Lerner), trazemos aqui cinco pistas que podem lhe ajudar a identificar se o caso é realmente de fome emocional. Se for, é importante procurar a ajuda de uma especialista para resolver a questão tanto pelo lado físico (ingestão correta de nutrientes) quanto pelo psicológico (ajuste das condições que levam ao comer compulsivo).
Sentimento de culpa depois de comer muito ou fora da hora
Depois do alívio momentâneo conquistado durante a mastigação, vem a bad. Um sentimento de culpa e de questionamentos do tipo “por que comi esse saco de batatinhas inteiro?”, “eu não precisava ter comido três pedaços de bolo!”. A pessoa se sente fracassada por não ter controle sobre sua alimentação.
Comer escondido
Pode ser que ninguém esteja olhando ou prestando atenção, mas aquele sentimento de culpa e de fracasso faz com que a pessoa passe a comer longe das outras. Se for o caso de beliscos fora de hora, vai fazer isso na porta da geladeira, quando ninguém estiver circulando pela casa/pela cozinha do trabalho, ou até no banheiro; quando o lance é fazer refeições desnecessariamente imensas, vai evitar almoçar com colegas ou amigos.
Compensação para estresse, tristeza ou insatisfação
Dias puxados no trabalho, relacionamentos complicados, raiva por não ter conseguido algo (de um ingresso para um show a um aumento de salário, ou seja, qualquer coisa que cause contrariedade) são algumas das razões que podem despertar a fome emocional. Nesse estado mental, a pessoa deixa de produzir serotonina e dopamina (hormônios do prazer) e “se permite” compensar com comida.
“Desejos” por alimentos calóricos
A fome emocional nunca é saciada por três maçãs: ela sempre “pede” bolo, pão, doces como brigadeiro ou quindim… Tudo que for pesado, calórico e cheio de gorduras, para compensar a deficiência da produção dos hormônios da felicidade mencionada ali em cima.
Comer até se sentir mal
Em casos mais avançados, a pessoa só para de comer quando começa a se sentir fisicamente mal. Enjoos, náuseas e até episódios de vômito são comuns.