Após ser agredida pela quinta vez pelo marido, uma advogada de Três Lagoas, criou coragem, denunciou o agressor e rompeu o silêncio ao falar do relacionamento abusivo que vivia.
A advogada concedeu uma entrevista ao RCN Notícias da TVC e rádio Cultura FM e contou o drama que viveu. Para não expor a vítima, a identidade dela não foi divulgada.
A vítima contou que no domingo passado foi a missa com o marido, depois almoçaram em um restaurante da cidade e retornaram para casa. Eles estavam casados há dez anos. Nesse período, ficaram dois anos separados e depois reataram o casamento.
A advogada conta que no período em que estavam separados sempre teve medo de se relacionar com outra pessoa, por medo, porque ele não aceitava.
A vítima conta que no domingo o marido a ofendeu muito verbalmente e depois partiu para a violência física, enforcando- a com as pernas. A advogada ainda está com ferimentos no pescoço. A advogada conseguiu ligar escondido para a polícia, que foi até a casa e prendeu o agressor.
Durante a entrevista, a advogada contou que não foi a primeira vez que foi agredida pelo marido. Ela disse que, perdoava porque acreditava que ele fosse mudar. “Teve uma vez que ele me agrediu muito, no outro dia pediu perdão, comprou inclusive uma tala para eu colocar no braço porque entortou muito. As pessoas me perguntavam, eu falava que tinha batido no fogão e a vida seguia moralmente. Em todas as agressões ele estava alcoolizado. Depois no separamos e depois voltamos. Nesse período de dois anos não teve agressão”, contou.
A advogada ressaltou que muitas mulheres demoram para ver que estão em um relacionamento abusivo. “As pessoas de fora conseguem enxergar e a gente não”, disse, ressaltando que acreditava que ele fosse melhorar. “Fazíamos orações juntos, íamos a missa juntos, acreditava que ele fosse melhorar. Queria ter minha família junto, o pai do meu filho junto, mas não dependia só de mim. Chegou um ponto do meu filho de seis anos dizer: Mãe você precisa de outra pessoa. Meu filho já precisou um enforcamento. É um ciclo de violência que a gente demora pra ver, porque eles agridem, depois agradam e depois agem como nada se tivesse acontecido. Ele sempre me levava para passear, para almoçar, entra em uma nova lua de mel, mas depois volta novamente…. “, relatou a advogada.
A vítima disse que tinha vergonha de denunciar, de ir à delegacia, até por ser uma pessoa esclarecida. “Hoje me olho no espelho e não consigo me enxergar. A que ponto deixei chegar…”.